ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
07-8-2006.
Aos sete dias do mês de agosto do ano de dois mil e
seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e dez minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, José
Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Raul Carrion e
Sofia Cavedon. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá Gomes, Elói Guimarães, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete Moraes,
Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Adeli Sell, as Indicações nos 035, 036, 037 e 038/06
(Processos nos 4071, 4108, 4109 e 4110/06, respectivamente); pelo
Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 170/06 (Processo
nº 3911/06); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de Providência nº
1585/06 (Processo nº 4164/06); pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de
Providência nos 1582, 1583 e 1584/06 (Processos nos 4161,
4162 e 4163/06, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 153/06 (Processo nº 3597/06); pela Vereadora Manuela
d'Ávila, o Pedido de Informação nº 188/06 (Processo nº 4146/06);
pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 175/06
(Processo nº 4040/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 035/06,
dos Deputados Gilmar Machado, Presidente da Comissão Mista de Orçamento do
Congresso Nacional, e Colbert Martins, Relator do Comitê Permanente de
Acompanhamento e Fiscalização Orçamentária do Congresso Nacional; 10273435,
10273525, 10274033, 10274241, 10276430, 10277334, 10277394, 10277514, 10277708,
10277752, 10277766, 10277902, 10281945, 10283358, 10299440, 10299535, 10299762,
10299912, 10299916, 10299925, 10299938, 10299978, 10300211, 10307832, 10311233,
10311496, 10312227, 10313447, 10314667 e 10319549/06, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a existência de quórum
deliberativo, foram aprovadas as Atas da Quadragésima Sétima, Quadragésima
Oitava, Quadragésima Nona e Qüinquagésima Sessões Ordinárias e da Trigésima,
Trigésima Primeira, Trigésima Segunda e Trigésima Terceira Sessões Solenes. Em
GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Sofia Cavedon, registrando a presença, na Casa, de representantes do Movimento
Negro Unificado, manifestou-se
acerca da Lei Complementar Municipal nº 494/03, relativa à reserva de vagas aos
afro-brasileiros em concursos públicos de Porto Alegre. Quanto ao assunto, afirmou
que essa legislação é resultado de um processo de lutas do povo negro na
construção de uma sociedade justa e embasada na igualdade de oportunidades a
todos os cidadãos. A Vereadora Clênia Maranhão saudou o Movimento Negro
Unificado, informando que a posição da
Prefeitura de Porto Alegre é favorável à permanência da Lei Complementar
Municipal nº 494/03. Ainda, abordou
a Concorrência Pública nº 001/06, promovida pelo Departamento Municipal de
Limpeza Urbana para contratação de serviços de coleta de lixo, discorrendo sobre o cancelamento desse
processo licitatório e sobre a saída do Senhor Garipô Selistre da Direção-Geral
desse órgão. Após, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do uso da
Tribuna Popular no dia de hoje e concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à
Senhora Luciane Pereira da Silva e ao Senhor Onir de Araújo, representantes do
Movimento Negro Unificado – Seção Estado do Rio Grande do Sul –, que debateram a Lei Complementar Municipal
nº 494/03, referente à reserva de vagas aos afro-brasileiros nos concursos
públicos do Município. Da mesma forma,
salientaram a importância da implementação de políticas públicas
afirmativas voltadas à comunidade negra, analisando ação do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do
Sul, que questionou a legalidade da referida Lei. Na oportunidade, nos termos
do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Professor
Garcia, Carlos Comassetto, Sebastião Melo, José Ismael Heinen e João Antonio
Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion reportou-se
ao questionamento, pelo Tribunal de Contas do Estado, da legalidade da Lei
Complementar Municipal nº 494/03. Também,
convidou a todos para reunião a ser realizada neste Legislativo no dia
dez de agosto do corrente, organizada pela Comissão de Educação, Cultura,
Esportes e Juventude, para discussão de problemas enfrentados por candidatos
empossados no cargo de professor municipal, em vagas decorrentes dessa
legislação. A seguir, o Vereador Raul Carrion procedeu à entrega, ao Senhor
Presidente, de cópia de decisão da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul, reconhecendo a constitucionalidade de legislação
vigente no Município de Montenegro – RS –, que dispõe sobre a implantação das
quotas, em concursos públicos, destinadas a grupos raciais específicos. Às
quinze horas e vinte e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada
a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen classificou como positivo e válido o
uso do sistema de quotas para
ingresso em entidades públicas. Ainda,
criticou a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contestando posicionamentos assumidos
por esse político, no que se refere ao sistema de aposentadoria vigente no
País, à convocação de uma Assembléia Constituinte para análise da Reforma
Política e à possibilidade de reeleição para o cargo de Presidente da
República. O Vereador Carlos Todeschini comentou
a saída do Senhor Garipô Selistre do cargo de Diretor-Geral do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana, aludindo à decisão judicial que suspendeu a Concorrência Pública
nº 001/06, promovida por esse órgão, para contratação de serviços de coleta de
lixo em Porto Alegre. Além disso,
defendeu a constituição, neste Legislativo, de Comissão Parlamentar de
Inquérito destinada a averiguar questões relativas a esse processo licitatório.
O Vereador Sebastião Melo manifestou-se
quanto à Concorrência Pública nº 001/06, do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana, citando os motivos da
suspensão dessa licitação pelo Governo Municipal e abordando Requerimento formulado pelo Vereador Carlos Todeschini,
para constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o assunto. Igualmente, questionou a gestão desse
Vereador quando na direção do Departamento Municipal de Água e Esgotos. A Vereadora
Maristela Meneghetti informou que retirará sua assinatura do Requerimento formulado
pelo Vereador Carlos Todeschini, de instauração de Comissão Parlamentar de
Inquérito para exame de questões atinentes à Concorrência Pública nº 001/06, esclarecendo os motivos dessa
decisão. Ainda, defendeu a necessidade de transparência
em ações que envolvam recursos públicos, elogiando medidas tomadas pelo Prefeito José Fogaça, para
cancelamento da referida Concorrência. A seguir, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João
Bosco Vaz, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de
hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente DJ
Cassiá Gomes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 138/06, discutido
pelos Vereadores Raul Carrion, Aldacir Oliboni e Adeli Sell, e 142/06,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº
021/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nos
081 e 084/06, este discutido pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Raul
Carrion; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 311/05
e 151/06, os Projetos de Lei do Executivo nos 020 e 022/06,
discutidos pelos Vereadores Raul Carrion e João Antonio Dib, o Projeto de
Resolução nº 079/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d'Ávila
defendeu a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
investigar denúncias de irregularidades em licitação para contratar serviço de
coleta de lixo e limpeza urbana na Cidade, argumentando que a população deve
ser bem informada sobre essa questão. Ainda, criticou a falta de destaque, por
veículos de imprensa, aos fatos ocorridos recentemente no Departamento
Municipal de Limpeza Urbana. O Vereador Luiz Braz elogiou a atuação do Senhor
José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em relação a irregularidades
constatadas na licitação para contratar serviços de limpeza urbana e coleta de
lixo, alegando que o cancelamento desse processo pelo Governo Municipal evitou
prejuízos à Cidade. Sobre o assunto, afirmou que envolvidos nessas suspeitas
prestaram serviços à Prefeitura de São Paulo, durante o mandato da Senhora
Marta Suplicy. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Elias Vidal, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias
sete e oito de agosto do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Maristela Maffei apoiou a realização de CPI para de investigar possíveis
ilegalidades na licitação cancelada pelo Governo Municipal, sustentando que
pessoas envolvidas em problemas anteriores não deveriam ter participado desse
processo. Também, citou protesto realizado pela comunidade do Bairro Lomba do
Pinheiro, no dia quatro deste mês, cobrando do Governo Municipal melhorias para
o transporte público e coleta de lixo nessa região. A Vereadora Sofia Cavedon
discorreu sobre as causas dos problemas constatados no Departamento Municipal
de Limpeza Urbana, considerando mudanças implementadas pela Prefeitura de Porto
Alegre prejudiciais às atividades desenvolvidas por esse órgão. Nesse sentido,
formulou questionamentos referentes à anulação da licitação para contratação de
serviços junto ao DMLU, asseverando que este Legislativo deve investigar esse
fato para evitar prejuízos à Cidade. O Vereador Sebastião Melo teceu
comentários acerca do desligamento do Senhor Garipô Selistre do cargo de
Diretor-Geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, aprovando o
tratamento dado ao assunto pelo Prefeito Municipal José Fogaça. Além disso,
descartou manifestações de integrantes do Partido dos Trabalhadores e do
Partido Comunista do Brasil sobre o tema, referindo-se a denúncias de corrupção
envolvendo integrantes do PT, quando ocupando cargos públicos. O Vereador João
Antonio Dib mostrou-se favorável à idéia de convocação de uma Assembléia
Constituinte com o intuito de se realizar uma reforma política no Brasil,
argumentando que o sistema vigente é insatisfatório e protestando contra o
número de parlamentares nos Legislativos de todo o País. Nesse contexto, opinou
que essa Assembléia Constituinte não deveria ser composta por ocupantes de
cargos eletivos, e sim por profissionais de diversas áreas, habilitados a
aprimorar o sistema político atual. O Vereador Cassiá Carpes, corroborando o
pronunciamento em Comunicação de Líder do Vereador João Antonio Dib, defendeu a
realização de reforma política no Brasil e sugeriu que esse processo seja
coordenado pelo Superior Tribunal Eleitoral. Ainda, considerou que o Ministério
Público Estadual é o órgão capacitado para averiguar possíveis irregularidades
no DMLU. Finalizando, opinou sobre a necessidade de votação dos Requerimentos
constantes na Ordem do Dia. A Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca da
política de limpeza pública desenvolvida pelo Governo Municipal e elogiou a
rapidez do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, na resposta aos problemas
constatados na licitação realizada pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana,
noticiando mudanças que serão implementadas nessa área. Ainda, anunciou a
indicação do Coronel Mário Fernando dos Santos Moncks ao cargo de Diretor-Geral
do DMLU. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor
Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila debateu declarações feitas à
imprensa pelo Senhor Garipô Selistre, ex-Diretor do DMLU, acerca de problemas
na questão do recolhimento de lixo em Porto Alegre. Nesse contexto, esclareceu
a posição da Bancada do PDT, de não assinar o pedido de instalação de CPI nesta
Casa para investigar denúncias de irregularidades nessa área, alegando que o
PT, proponente dessa Comissão, não tem autoridade moral para fazer tal pedido.
Em prosseguimento, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Nereu
D'Avila, em Comunicação de Líder, tendo o Vereador Nereu D'Avila manifestado-se
sobre o assunto. A seguir, o Vereador Carlos Todeschini formulou Requerimento
verbal, solicitando Tempo Especial, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”,
do Regimento, o que foi indeferido pelo Senhor Presidente, tendo a Vereadora
Sofia Cavedon apresentado, verbalmente, o Recurso previsto no artigo 99 do
Regimento, contra essa decisão, e tendo o Senhor Presidente determinado que o
referido Recurso fosse formalizado por escrito. Em continuidade, o Vereador
Carlos Todeschini formulou Requerimento verbal, solicitando cópias do apanhados
taquigráficos referentes ao pronunciamento do Vereador Nereu D'Avila, em
Comunicação de Líder. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 210/02, em sua parte
vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial a ele aposto, por vinte votos
NÃO, após ser discutido pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Clênia Maranhão, Ervino Besson, João Antonio Dib, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 210/02.
Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 039/05, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por
quatro votos SIM, sete votos NÃO e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelo
Vereador José Ismael Heinen, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo,
Ervino Besson, José Ismael Heinen e Luiz Braz, Não os Vereadores Clênia
Maranhão, DJ Cassiá Gomes, João Antonio Dib, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Professor Garcia e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Paulo Odone e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 059/06, o qual teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Carlos Todeschini. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o
Projeto de Lei do Legislativo nº 030/06, o qual teve sua discussão adiada por
uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Neuza Canabarro.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
002/06, por vinte votos SIM e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
DJ Cassiá Gomes, Ervino Besson, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e
Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Adeli Sell e Carlos
Comassetto. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 044/06, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a
Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 042/06. Em
prosseguimento, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Adeli
Sell, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 051/06. Em Discussão Geral e Votação,
foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 051/06 e a Emenda nº 01 a
ele aposta. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João
Antonio Dib, solicitando renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 005/05 (Processo nº 1438/05). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 064/06. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto
de Lei do Legislativo nº 192/04, o qual, após ser discutido pelo Vereador
Carlos Comassetto, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de
quórum. Às dezoito horas, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados
pelos Vereadores Haroldo de Souza e Luiz Braz, este como Secretário “ad hoc”.
Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos ao
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em
Grande Expediente.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
cumprimento, hoje, especialmente, as nossas professoras negras da Rede
Municipal de Ensino, cuja representação estava prevista na Tribuna Popular -
houve alguma confusão. O tema é tão relevante e estamos em momentos tão
delicados que quero aqui tratar dele, porque é algo determinante para o destino
da cidade de Porto Alegre, o rumo que se dará à trajetória de construção de uma
cidade mais democrática, mais igualitária.
Em 2003, esta Câmara aprovou por unanimidade uma
Lei que estabeleceu cotas para afro-brasileiros nas vagas ofertadas em
concursos públicos da Prefeitura Municipal. Esta Lei vem de um processo de
lutas do povo negro deste País, de luta de todo o movimento social na
redemocratização do País; mas, mais do que isto, para a concretização da
democracia substantiva, da democracia real, que é a democracia construída na
igualdade de oportunidades, realizada através do tratamento diferenciado para
quem tem condições concretas de vida diferenciadas. E é neste sentido que, com
muita luta, rompendo a discriminação, rompendo preconceitos,
tomando a palavra que muitas vezes lhes foi negada, o movimento negro escreveu
em alguns decretos, mas principalmente em atos concretos, algumas marcas que
representam trincheiras e que são as primeiras marcas do muito que este País
ainda precisa escrever de espaço para sua voz, para sua cultura, de espaço de
trabalho, de espaço de emprego e renda, de espaço de habitação popular, de
espaço na educação, na saúde, na cultura, em todos os aspectos que são de
direito da vida do ser humano.
E foi com o Governo
Federal, com o Governo Lula que vieram as principais conquistas, como a
demarcação das áreas quilombolas, com o profundo respeito e a necessária
inclusão da cultura afro-descendente, da cultura africana, dos conteúdos da
história da África, da diáspora, da história do negro no Brasil, no Rio Grande
do Sul; a conquista no sentido de que esses conteúdos têm que ter espaço, têm
que estar nos livros didáticos, têm que estar no cotidiano das nossas salas de
aula, têm que compor a formação dos meninos e meninas deste Brasil, que são
majoritariamente filhos e filhas de negros e negras.
Porto Alegre é uma
cidade que avançou muito em relação ao Brasil e ao mundo no real respeito à
cultura popular, a cada cidadão, na real democratização da política pública, na
transparência das políticas públicas, no empoderamento da cidadania, através do
Orçamento Participativo, através das inúmeras conferências, através dos
inúmeros Conselhos com representação da sociedade. Esta Cidade trouxe para cá
quatro Fóruns Sociais Mundiais, cujas principais bandeiras são as bandeiras da
igualdade de direitos, da democracia plena; esta Cidade construiu essa Lei,
essa singela Lei, mas uma Lei determinante, transformadora, porque a paisagem,
senhoras e senhores, das nossas escolas, a paisagem humana é uma paisagem muito
estranha ainda, é retrato de um País racista, sim; é retrato de um País que não
superou as condições de desigualdade, porque a paisagem humana das nossas escolas
públicas é uma paisagem negra, parda nos alunos e nas alunas; com uma paisagem
branca nos professores, nas direções. Os negros e as negras adultos na escola
são, na sua grande maioria, servidores auxiliares de cozinha, auxiliares de
limpeza, a cozinheira, o guarda municipal, que têm uma grande dignidade, que
têm o nosso maior respeito, mas esse não é o único lugar que deve ser ocupado
pelos homens e pelas mulheres negras. E essa Lei, aplicada nos primeiros
concursos, e, pela primeira vez, no de professor, começou a mudar essa
paisagem, começou a mudar, portanto, a esperança, a auto-estima dos meninos e
das meninas das nossas escolas, que passaram a enxergar a possibilidade de
serem professores, sim; assim como passaram a enxergar - e ainda muito devagar
- que a sua cultura, a sua religião, a religião dos seus pais, os cultos
populares, as suas vivências em casa, que as suas casas, que são negras,
finalmente são vistas na escola, são admiradas na escola, são respeitadas na
escola. E que o seu futuro é entre os doutores, entre os mestres, entre os
professores, na universidade, com moradia, com saúde. Esta é a linda
transformação que essa Lei começa a fazer com o conjunto de políticas deste
País e desta Cidade, que colocou mulheres e homens a falar dos seus direitos, a
decidir sobre a Cidade.
E, diante de um
destino e de uma bela conquista desse movimento negro, o Tribunal de Contas do
Estado não entende assim: um ano e meio depois que as professoras assumiram os
seus cargos e que estão frente às suas aulas, às suas turmas, que estão
desempenhando o seu estágio probatório, com eficiência, com igual ou mais
capacidade que os demais professores, o Tribunal de Contas entende que essa Lei
não é constitucional. E a Lei está em pleno vigor. E a Lei não é contestada, é
uma Lei aplicada pelo Executivo, votada nesta Câmara, sustentada em Decretos
Federais, sustentada na luta do povo negro e sustentada, sim, na visão, na
concepção expressa na Constituição, do direito à igualdade, à democracia e
acesso aos bens a todos os brasileiros e a todas as brasileiras.
E essas valorosas
professoras, que já foram muito testadas, que já foram heróicas para cumprir a
sua trajetória de escola pública, que é um funil, que exclui, que reprova e que
evade a maioria dos seus alunos negros, essas professoras que prestaram
concurso, que chegaram à universidade, onde há pouquíssimos negros, têm agora
que sair para a rua; têm, agora, que andar, de porta em porta, chamando as
instituições e a sociedade para sustentar essa Lei que significa tanto para
todos nós! Mas elas não estão sozinhas, porque este não é um caso de um
emprego, de dez empregos, de vinte ou trinta empregos; esta é uma situação que
diz respeito a todos os cidadãos e cidadãs de nossa Cidade, de nosso Estado e
de nosso País.
A nossa Cidade marcou, nas suas políticas
públicas, e muda, na sua paisagem, a cor, reconhece a sua diversidade,
reconhece a cultura do povo negro.
Então, a caminhada, já de três semanas, é uma
caminhada que já levantou a voz, já se apresentou nos jornais, no Tribunal de
Contas, na Prefeitura Municipal.
Esta
Casa deve votar uma Moção que, na CECE, a Verª Manuela d’Ávila já encaminhou,
respaldando integralmente a Lei, o direito de estarem trabalhando e,
fundamentalmente, a garantia da manutenção e da ampliação dessa conquista,
porque nós queremos muito mais profissionais da cor negra integrando o trabalho
da Prefeitura Municipal de ensino em todos os níveis, em todos os trabalhos,
Secretarias e áreas. Queremos Secretários negros, queremos Ministros negros,
queremos um Brasil que é da cor de quem fez este Brasil!
Então, vocês são muito bem-vindas! Esta Casa vai
lutar por essa Lei, por ampliar as conquistas que o povo negro trouxe para
beneficiar todos nós.
Esta
Casa é parceira nesta luta e não admitirá que uma visão burocrática venha a
derrocar conquistas pequenas ainda diante da enorme dívida. Cotas da
universidade no trabalho, no Orçamento não são privilégios; isso é o mínimo de
política reparadora dos crimes cometidos contra a população negra que este País
tem de assumir, tem de manter corajosamente, superando preconceitos, superando
o senso comum numa sociedade onde a competição e o individualismo comandam as
pessoas, e construindo laços sólidos de irmandade, de igualdade, de
fraternidade e de oportunidades diferentes para quem é diferente.
Então, boa luta, mulheres e homens negros! E
nós, que não sabemos o que é isso, só temos de aprender e reforçar. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Valdir Caetano.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria,
inicialmente, agradecer ao Ver. Valdir Caetano pelo espaço que me foi concedido
neste momento, o que me permite saudar as professoras e os professores aqui
presentes, que, nesta tarde, reivindicam um legítimo direito, um direito
advindo da luta dos afro-descendentes brasileiros e de todas e de todos os
lutadores dos direitos humanos deste País que reconhecem, no sistema de cotas,
um mecanismo para encurtar os caminhos na busca da reparação da justiça e das
possibilidades de eqüidade nos espaços públicos e na sociedade brasileira.
A Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
inclusive, já tornou pública a sua posição. A Procuradoria-Geral do Município,
por meio da Drª Mercedes Rodrigues, tem atuado na defesa da permanência das
possibilidades de trabalho, e nós fazemos questão, aqui, na condição de Líder
do Governo, de explicitar publicamente essa posição da Prefeitura. Eu queria
acrescer a isso a disponibilidade do meu Gabinete, do meu mandato, para que,
juntas e juntos, possamos prosseguir nessa luta pela igualdade e pela
construção de uma sociedade com mais justiça e eqüidade.
Sr. Presidente, eu gostaria, nesses minutos
cedidos pelo Ver. Valdir Caetano, de trazer a esta tribuna uma questão de
enorme significado para o nosso Governo e para a nossa sociedade. Queria
colocar, aqui, a posição, já também explicitada, da Prefeitura em relação à
substituição da Direção do DMLU - Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
A determinação da Prefeitura em relação ao
processo da concorrência pública para o sistema do lixo urbano sempre foi e
sempre será de transparência. Fiel a esse pressuposto é que, diante das
informações acerca de possíveis irregularidades na licitação, o Governo decidiu
pela suspensão do processo até que fossem levadas a cabo as investigações do
Ministério Público Especial. Posteriormente, foi determinado o cancelamento da
licitação, em caráter irrevogável, pois a orientação da Prefeitura era de que a
concorrência só avançaria quando não houvesse qualquer dúvida sobre a sua
lisura.
Essas decisões, entretanto, não foram oriundas
de desconfianças em relação à Administração do DMLU. As dúvidas foram geradas
por fatores externos e não baseadas no comportamento do DMLU nesse processo.
Não pesa sobre o Diretor do DMLU qualquer acusação. Ele foi um
administrador competente e demonstrou sua competência inclusive por meio do
serviço de limpeza urbana que temos hoje na Cidade, melhorado durante a nossa
gestão.
A Cidade melhorou, e os resultados estão nas
ruas; o trabalho foi cumprido com seriedade, e o afastamento deve-se à sua
decisão própria. As possíveis mágoas são compreensíveis, num momento de
pressões que sofreu durante todo esse processo, pressões muitas das quais
sabemos que se originam de interesses bem claros.
Com relação à CPI, o Prefeito inclusive
ponderou, hoje, na imprensa, que a Administração não merece ser contaminada por
essas suspeitas. A suspensão desse processo licitatório não tem nada a ver com
outras histórias, em vários Municípios brasileiros, que têm ocorrido nessa
área.
Nós queremos dizer que a Prefeitura de Porto
Alegre, que o Governo José Fogaça agiu rapidamente, determinando o cancelamento
de todo o processo. Nossa linha sempre foi a da transparência. Nossa linha,
além de ser a da transparência, é a da responsabilidade pública, é a linha da
construção de políticas em parceria com a sociedade porto-alegrense, e nós
sabemos muito bem quando um Parlamento se rege pela sua responsabilidade
pública ou quando algum Vereador não compreende a integralidade da sua
responsabilidade. Eu tenho, inclusive, confiança nisso, porque estou nesta Casa
há muitos anos, e, em todas as Legislaturas que aqui participei a
responsabilidade com a coisa pública foi marca desta Casa.
Nós não nos curvaremos a pressões que não sejam
legítimas. Eu acredito que todos aqui colocarão as suas decisões pautadas nos
interesses da Cidade, apoiando as decisões transparentes, éticas, competentes
da gestão, porque o papel do Parlamentar é o papel da defesa da Cidade, o papel
do Parlamentar que honra o seu mandato é a defesa intransigente da causa
pública. E eu acredito que as Vereadoras e os Vereadores, independentemente das
siglas partidárias por meio das quais chegaram a esta Casa, cumpram o seu
mandato dentro desse parâmetro ético, cumpram o seu mandato na defesa da
coletividade, na construção de um paradigma político, o que, infelizmente, não
tem sido a marca da maioria dos políticos brasileiros.
Eu acho que a Câmara de Porto Alegre tem pautado
o seu comportamento por isso. H; historicamente,
os seus Vereadores têm pautado o seu comportamento no compromisso com a
construção de uma política que orgulhe os porto-alegrenses e, mais uma vez,
assim o faráfarão, independentemente de
estarem ou não candidatos, independentemente de estarem ou não às portas de um
processo eleitoral. Porque o que deve realmente estar no centro da ação
partidária é uma questão, e o que tem que estar no centro da ação de um mandato
parlamentar é uma outra questão. Portanto, eu respondi à imprensa, que
acompanha esta Sessão, sobre qual avaliação eu fazia desse processo. Eu disse
que é um processo que realmente demonstra, mais uma vez, que a gestão José
Fogaça pauta o seu comportamento na busca da qualidade do Poder Público, na
busca da transparência, do diálogo e da pluralidade. Eu respondi também que
espero ,
eu acredito que as Vereadoras e os Vereadores desta Casa, cuja
trajetória e atuação aqui
inclusive compartilhei, e que tiveram sempre esse comportamento, também
o manterãomanterão - eu acredito - esse mesmo comportamento. Acho que a
construção de uma CPI tem que ter um objeto, e espero que o objeto eleitoral
não seja colocado como motivo de uma Comissão com esse caráter.
(Não revisado pela oradora.)
Portanto, aceitos os documentos, que foram
entregues em tempo, passamos à
Convidamos a Srª Luciane Pereira da Silva,
representante dos professores, e o Sr. Onir Araújo, coordenador do Movimento
Negro Unificado, a fazerem parte da Mesa.
Esta Tribuna Popular foi solicitada pelo
Movimento Negro Unificado, Seção do Estado do Rio Grande do Sul, situado na Rua
dos Andradas, nº 943, sala 811, e o assunto a ser tratado é a respeito da
defesa das políticas afirmativas, em especial a Lei nº 494/03, que garante 12%
das vagas para afro-brasileiros nas instituições públicas. Aqui, mais
especificamente, o assunto será a respeito dos professores.
A Tribuna Popular dura dez minutos, mas será
dividido o tempo aqui em cinco minutos para a representante dos professores, e,
depois, cinco minutos para o nosso Presidente, Onir Araújo.
A Srª Luciane Pereira da Silva está com a
palavra.
A SRA. LUCIANE PEREIRA DA SILVA: Boa-tarde.
Cumprimento a Mesa, os Vereadores, o Movimento Negro Unificado, as minhas
colegas, as professoras, os cotistas, o nosso Sindicato dos Municipários de
Porto Alegre e os demais presentes. A solicitação desta tribuna é parte da
nossa caminhada em defesa da Lei nº 494/03, aprovada por unanimidade por esta
Câmara de Vereadores.
Perplexas, nós, professoras, recebemos a notícia
de que o Tribunal de Contas do Estado estava negando a admissão de dez
professores, declarando inconstitucional a Lei votada aqui por esta Casa.
Imediatamente, nós viemos para a Câmara de Vereadores, conversamos, consultamos
os Vereadores, a Procuradoria-Geral da Câmara, e aqui fomos informados de que
essa Lei que possibilita o ingresso de professores negros no Município de Porto
Alegre - além de negros em todos os concursos no Município de Porto Alegre -
não tem nada de inconstitucional; é vigente, não existe nenhuma solicitação de
inconstitucionalidade com relação a essa Lei na Justiça. E nós, então,
iniciamos um movimento junto com o Movimento Negro Unificado, Maria Mulher e
outras organizações do Movimento Negro para buscar fazer com que o Tribunal de
Contas retroceda nessa sua avaliação. Nós entendemos que essa Lei é uma
conquista de todo o Movimento Negro, é uma conquista de todo o povo que
realmente luta por igualdade, que realmente quer ver a diversidade representada
em todos os espaços. Nós estamos retornando aqui e solicitando à Câmara que
defenda a Lei que aqui foi votada, e defenda de forma explícita e com força
porque o Legislativo é a representação que tem legitimidade, e a sua
legitimidade não pode ser pisoteada. Na verdade, essa Lei que foi votada aqui,
tem que continuar como é na verdade: constitucional, vigendo e garantindo que
negros e negras possam estar ingressando, por concurso público, no Município de
Porto Alegre.
Nós já estivemos com o Prefeito, e a
Procuradoria-Geral do Município está realizando a defesa do seu ato e nos
colocou que vai fazer isso com toda a força por entender a legitimidade e a
justeza dessa Lei. Por isso, retornamos aqui à Câmara solicitando que,
juntamente com a Prefeitura, realizem a defesa do seu ato, também, como
Legislativo. Basicamente é isso. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Coordenador
do Movimento Negro Unificado, Bacharel Onir Araújo, está com a palavra.
O SR. ONIR ARAÚJO: Boa-tarde a
todas e a todos! Em nome da Luciane eu saúdo todas as mulheres, as lutadoras e
as Vereadoras aqui presentes; saudando o Presidente da Mesa, eu saúdo todos os
homens, os lutadores e os Vereadores aqui presentes.
Em nome do MNU - Movimento Negro Unificado -, eu
gostaria de agradecer por este espaço cedido. Nós estamos mais uma vez aqui
utilizando o espaço da Tribuna Popular e partindo um pouco do que a Verª Clênia
Maranhão colocou em relação a um outro fato, lembrando que a Lei n.° 494, de
2003, foi aprovada por unanimidade nesta Casa, ou seja, os representantes da
sociedade de Porto Alegre, os Vereadores, dos mais diversos Partidos, sensíveis
a essa demanda do povo negro, uma demanda histórica, aprovaram por unanimidade
nesta Casa a Lei n.° 494, que passou por todos os procedimentos de verificação
de sua constitucionalidade, e assim por diante, tendo parecer favorável em
todas as instâncias internas de análise. E, nesse sentido, a decisão da 2ª
Câmara do Tribunal de Contas vai, na verdade, na contramão de toda uma
construção histórica do nosso povo, que foi reconhecida pelos representantes do
povo e da cidade de Porto Alegre como uma medida necessária para permitir uma reparação
histórica ao nosso povo.
Os dados estatísticos... Os Srs. Vereadores já
sabem das desigualdades tanto econômicas como sociais que o nosso povo tem em
relação à condição de desvantagem histórica em que fomos colocados aqui no
País. E a Câmara, de uma forma correta, numa posição de vanguarda, em nível
nacional, objetivando a necessidade da luta pela igualdade - e não uma
igualdade simplesmente formal, mas uma igualdade material, que reconhece a
existência das desigualdades dentro da sociedade - aprova essa Lei por
unanimidade. E a 2ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado, em três ou quatro
linhas, entende por inconstitucional.
Eu gostaria de reiterar, aqui, que essa decisão
do Tribunal de Contas do Estado não é só contrária ao entendimento que esta
Casa teve quando aprovou por unanimidade a Lei nº 494, ela é contraditória e
vai na contramão das decisões do próprio Supremo Tribunal Federal. Nós temos a
posição do Ministro Marco Aurélio de Mello, que reconhece explicitamente a
constitucionalidade das políticas e medidas afirmativas. O Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul, em decisão recente, analisando matéria semelhante,
referente à Prefeitura de Montenegro, analisando a constitucionalidade das
políticas afirmativas implementadas na Prefeitura de Montenegro, entendeu como
constitucional a Lei que previa cotas para afro-brasileiros nos concursos da
Prefeitura de Montenegro.
Portanto, concluindo, nós temos uma fé
inquebrantável, tanto na nossa disposição de luta, que não é só nossa, do povo
negro, mas junto com todos aqueles que querem construir uma sociedade melhor, e
a Câmara Municipal de Porto Alegre demonstrou isso. Nós temos uma fé
inquebrantável de que nós vamos conseguir reverter essa posição perante o Pleno
do Tribunal de Contas, mas para isso é necessário que nós sigamos juntos nessa
caminhada pela construção de um Brasil mais justo, sem discriminação racial, e
que todos, de fato, tenham as mesmas oportunidades para construir um mundo
melhor. Nesse sentido quero agradecer pelo espaço e dizer que na quinta-feira
vai haver uma atividade às 9 horas da manhã, aqui na Câmara Municipal, e desde
já gostaríamos de convocar todos para essa caminhada. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente,
eu quero cumprimentar os representantes do Movimento Negro Unificado, aqui
presentes; os representantes do Sindicato; acredito que deve ter sido um
equívoco quando foi citado o Tribunal de Contas como o órgão que apontou
inconstitucionalidade em uma legislação feita aqui na Câmara Municipal. Não
pode ter sido; só pode ter sido o Tribunal de Justiça do Estado. Porque o
Tribunal de Contas não é feito para isso. A missão do Tribunal de Contas sobre
o Estado é de apontar os problemas que nós temos com relação às contas que são
prestadas pelos diversos órgãos: a Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal e
seus integrantes. O Tribunal de Contas do Estado não tem a missão de apontar
inconstitucionalidade; essa é uma missão do Tribunal de Justiça. Então, eu
acredito que deva haver algum tipo de engano.
Eu quero dizer aos senhores que - muito embora
eu seja alguém que discuta a política de cotas de uma forma diferente - não gosto
da forma como foram encaminhadas as discussões da política de cotas. Desde o
início, eu tenho me mostrado contrário a essa discussão da forma como é feita.
Mas existe, na verdade, um reconhecimento por parte do Supremo Tribunal Federal
da constitucionalidade de toda a legislação que aponta para esse caminho.
Então eu acredito que não vai ser um órgão daqui
do Estado que vai, realmente, contrariar decisões superiores já tomadas.
Quando nós fizemos, aqui, a nossa legislação,
ainda existia uma discussão, Sr. Presidente, com relação à validade ou não
dessas legislações feitas com relação às cotas, mas esse problema da
constitucionalidade já foi superado. Hoje, o que se pode discutir é com relação
se é válido ou não caminhar, realmente, por essa trilha que nos leva ao
encontro das cotas. Eu, por exemplo, sou contrário, mas acredito que a
constitucionalidade já é um fator decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
Acredito que, realmente, a orientação que a
Câmara aqui está dando é a orientação perfeita.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente,
companheiros e companheiras, professoras cotistas da nossa Rede Municipal de
Educação, da nossa Prefeitura em seu todo; eu gostaria penas de dizer, em nome
do meu Partido, e também do Ver. Raul Carrion que falará depois, que a nossa
Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude já os recebeu e, pelo que
percebemos, a totalidade das entidades presentes, para além dos Vereadores e
Vereadoras que estavam presentes, mas a Prefeitura Municipal da nossa Cidade, a
SMED, todas as Secretarias que ali estavam presentes também manifestaram
estranheza com relação à decisão do TCE. Por isso, como eles se fizeram
ausentes no dia da reunião da nossa Comissão, nós estranhamos essa ausência,
porque entendemos que esse é um espaço democrático, para o qual as pessoas não
são convidadas para serem acusadas ou para responderem. A nossa Comissão não é
uma delegacia de polícia, mas um espaço de construção da vida da cidade de
Porto Alegre. Por isso, novamente, estão convidados para se fazer presentes na
quinta-feira, às 9h30min, na Reunião da Comissão de Educação que será realizada
em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo Ver. Todeschini,
para a qual todos os Vereadores estão convidados. Eu gostaria de esclarecer
quanto a um possível constrangimento na relação da Câmara Municipal de Porto
Alegre com o TCE; dizer que não há problema algum em as organizações, as
entidades – tanto o Tribunal de Justiça como o Tribunal de Contas -, serem
chamadas para apresentar suas opiniões. Esta é uma Casa democrática, nós
queremos conhecer as opiniões do Tribunal de Contas mais do que pudemos
presenciar quando nos receberam. E temos a convicção de que os Vereadores e
Vereadoras já têm a sua opinião, já demonstraram essa opinião quando aprovaram
a Lei nesta Casa. Agora, por mais que todos lutemos pelas cotas, por mais que
todos queiramos compreender o porquê de o TCE ter interferido e não o Tribunal
de Justiça, sobre isso tudo nós também queremos ouvir. Então, eu faço deste o
momento da nossa solidariedade, mas também o de um apelo, Sr. Presidente, para
que a Câmara, através de todos os seus espaços formais, estabeleça, mais uma
vez, o convite para que o Tribunal de Contas do Estado se faça presente. Isto é
imprescindível para os 36 Vereadores e Vereadoras terem claro o porquê dessa
opinião, dessa decisão. E tenho convicção de que também é imprescindível para
todos aqueles que foram diretamente prejudicados ou atingidos, mas também para
a sociedade de Porto Alegre, porque esta é uma Lei da nossa Cidade e as Leis
que são feitas pelos Vereadores são do povo de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Presidente; prezado representante do Movimento Negro; Sindicato; Professores
cotistas, na quinta-feira houve uma audiência com o Sr. Prefeito, e estavam
presentes todas estas entidades que nós elencamos, a Verª Sofia e este
Vereador. O Sr. Prefeito colocou, de forma clara, para todos os Professores
cotistas que vai recorrer do Parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado
sobre a demissão dos Professores cotistas. Naquele ato com o Prefeito fiquei
encarregado de agendar uma reunião com o Tribunal de Contas. Na sexta-feira
tivemos uma nova reunião com o Tribunal de Contas, inclusive com o
Conselheiro-Relator Paulo Henrique, onde estiveram presentes este Vereador, as
Vereadoras Sofia Cavedon e Manuela, e o Ver. Raul Carrion. E após vários
argumentos, o próprio Relator manifestou, inclusive, que poderia rever a sua
posição, não de forma definitiva. Ele fez algumas colocações, inclusive
sugerindo que os Professores cotistas poderiam entrar na Justiça, já que há um
ano e meio estavam exercendo a sua função. E lá, de forma clara, foi colocado
que não se tratava somente destes dez Professores cotistas; é muito mais,
trata-se de todo um movimento. Trata-se de uma dívida que o Município de Porto
Alegre, bem como o nosso País tem para com os negros, e aqui o resgate foi
feito através da Lei aprovada em 2003, sobre a qual, em momento algum, houve contestação
por parte dos interessados ou por parte de qualquer segmento. Portanto causou
surpresa esta posição do Tribunal de Contas do Estado. Volto a dizer: o
Prefeito disse que vai recorrer da decisão na próxima audiência no Tribunal de
Contas, com a presença dos Professores cotistas, com os diversos movimentos e
com os Vereadores, e também com a presença do próprio Relator que comentou da
possibilidade de rever a questão. Acho que nós estamos num processo de
encaminhamento, mas eu volto a dizer que a decisão de Porto Alegre vai servir
para os outros mais de cinco mil Municípios do Estado. Por isso é emblemática,
pertinente e oportuna esta visita aqui, porque este Movimento tem de crescer
cada vez mais. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, falo em nome do Partido dos
Trabalhadores, dizendo que este debate não
é técnico-burocrático, mas político, e há, no mínimo, duas grandes
questões em discussão aqui.
A primeira é a já levantada, anteriormente,
pelos meus colegas, em que o Tribunal de Contas resolveu julgar uma Lei
Municipal, criada, originada, nesta Cidade, pelo então Prefeito João Verle, e
aprovada nesta Casa por unanimidade, tornando-se Lei Municipal em 2003. A sua
aplicação pelo Executivo Municipal garantiu este movimento político de
reparação com os descendentes afro-brasileiros.
Esta é a atuação correta. Nós, Nação, sabemos
que devemos muito ainda, e temos de ter clareza nessa política.
Portanto, no momento em que o País está
discutindo e aplicando o Estatuto da igualdade racial, numa política de
reparação, surge uma decisão do Tribunal de Contas do Estado que vem na
contramão da história.
Portanto, é uma decisão política, e os
desembargadores e todos que estão lá julgando não são neutros; têm posição
política. E temos de rechaçar, politicamente, em nome desta Casa, em garantia
das Leis que aqui aprovamos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a nossa saudação aos
componentes da Mesa, representação dos professores e do Movimento Negro.
Quero dizer, com muita tranqüilidade, que a Lei
que aprovamos é constitucional. Sou autor da Emenda que elevou o percentual
para 12%.
Na verdade, o Prefeito João Verle remeteu
reservando uma cota de 10%, e nós fizemos uma emenda, que recebeu a unanimidade
desta Casa, elevando para 12%. Portanto trabalhamos muito essa matéria.
O mundo tem uma dívida com a negritude. Não acho
que a única maneira de resolvê-la é com as cotas, mas sou favorável às cotas.
Não acho que seja esta a única política afirmativa, mas um País que comete as
aberrações que comete e as atrocidades que cometeu é o mínimo que pode fazer
nesta corrida que está há anos e anos deixou a negritude para
trás porque não teve a oportunidade.
Eu olho, Sr.
Presidente Goulart, para as empregadas domésticas deste País, e estão aí os
dados que nos apontam que 60%, 70% são os nossos irmãos negros. E por que
razão? Porque a eles não foi dada a oportunidade de chegar a uma universidade,
de chegar a curso de segundo grau. Portanto eu acho que o Tribunal de Contas
tem outras causas nobres que eu gostaria que enfrentasse em muitas Prefeituras
do Rio Grande do Sul e que não tem enfrentado. E portanto eu acho que estão na
contramão, sim. Mas eu tenho absoluta certeza de que no fórum competente, que é
a Justiça - e não o Tribunal de Contas, que não tem esta função jurisdicional
-, esta questão vai ser resposta, mas nós estaremos juntos serrando fileiras,
porque achamos que a causa é muito justa.
E esta Casa aprovou uma boa Lei que deve ser mantida e deve ser exemplo
para o nosso País. Muito obrigado Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro
lugar a nossa saudação à companheira Luciane, em representação das professoras
aqui presentes; ao Onir, advogado, acompanhando o caso, um lutador das causas
do povo negro; ao SIMPA, aqui presente, e a todos os demais Vereadores. Em
primeiro lugar, é importante dizer, já foi ressaltado, que esta questão, meu
Presidente, vai muito além da questão das dez professoras. Isso já é, por si,
um fato relevante. O que está em jogo neste momento é uma discussão que se dá
na sociedade brasileira acerca da questão das cotas, acerca da questão das
reparações ao povo negro que, durante 400 anos, esteve subjugado, oprimido e
que, se hoje sofre uma profunda desigualdade social, não decorre de qualquer
incapacidade pessoal, mas porque foi fruto de políticas de Estado que impediram
o seu crescimento, que levou o povo negro à situação atual. Portanto, esta
questão é importante para esta Casa. Creio que essa Audiência de quinta-feira
tem grande importância, e reforço aqui a sugestão da Verª Manuela, da nossa
Bancada, Presidente Dr. Goulart, para que seja feito um convite especial ao
Tribunal de Contas para que esteja presente, porque esse diálogo entre o
Legislativo e o Tribunal de Contas é fundamental. Passou o tempo em que
o Tribunal se fechava numa torre de marfim e não escutava a sociedade. Como V.
Exª diz, a Câmara é a representação da pluralidade, e é importante que o
Tribunal esteja aqui. Acho que já foi importante a conversa com o Relator
Substituto, Sr. Pedro Henrique Poli de Figueiredo, que foi quem deu essa
decisão, e acho que ele já está repensando muitas coisas. Mas, ele mesmo disse:
“Talvez eu não estivesse no pleno, quando da decisão”. Então, é importante que
o Tribunal, como instituição, acompanhe a reunião de hoje.
Queria dizer que essa luta das cotas não surgiu
no Brasil e tem tido resultados positivos. Nos Estados Unidos, em 1950, Ver.
Dib, eram 3% os afro-descendentes na universidade, enquanto que a população
negra nos Estados Unidos é de 12%. Com essa política de cotas, em 1975 já
chegavam a 9%, e em 2000 a 11%, praticamente igual. Nós cremos que é uma
política provisória, porque o povo negro tem competência, tem capacidade. Mas
hoje eles vivem e sofrem uma situação levada por políticas de Estado. Então é
preciso políticas de Estado para reverter com rapidez essa situação.
Queria também dizer que causa surpresa, porque,
em primeiro lugar, como o próprio Ver. Dib já disse, eu estava lendo a
Constituição: cabe ao Superior Tribunal Federal decidir sobre a
constitucionalidade ou não. Não existe nenhum pedido, nenhuma ADIn. E eu peguei
aqui também as atribuições do Tribunal de Contas, e em nenhum momento, Verª
Margarete, trata de julgar constitucionalidade de lei. Então, cabe ver a
legalidade. A Lei está vigendo, não existe ADIn, as nomeações são legais. E o
argumento usado, da igualdade... Gente, eu não sou jurista, apesar de ser de
uma família de juristas - e disse para o nosso Auditor Substituto -, a igualdade
só se consegue, Verª Sofia, tratando de forma desigual os desiguais. Esta é a
essência. É isto que o Estatuto da Igualdade Racial está procurando tratar, é
isto que existe hoje no Itamaraty, cotas para negros; na Universidade da Bahia
desde 2003; na Universidade de Brasília. Então é uma luta, meu Presidente Dr.
Goulart, em que estamos metidos, e esta Casa, que tem sido
“vanguardeira” nas causas progressistas, precisa ter uma posição firme.
Saudamos também a postura da Prefeitura, que diz que vai recorrer e vai lutar.
Acho importante que V. Exª possa estar nessa Audiência de quinta-feira, com o
seu peso político, com a sua história também nesta Casa, junto com o povo
negro, para que nós façamos deste evento um momento de convencimento da
sociedade, de convencimento do próprio Tribunal de Contas.
A Sra. Sofia Cavedon:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Raul Carrion, quero socializar que o mesmo pedido que V. Exª faz ao
Presidente, que hoje pela manhã na reunião de Mesa e Lideranças trouxe ao Ver.
Dr. Goulart, que nós, depois da reunião com o Auditor Substituto, queríamos
marcar uma reunião com o Presidente do Tribunal de Contas, Sandro Pires, e ele
acabou nos recebendo na própria quinta-feira, com as professoras negras.
Ficamos até às 18h30min lá e fizemos o convite oficialmente, já com alguns dias
de antecedência, porque ele se queixou de ter sido convidado no dia anterior,
na reunião da CECE; e hoje de manhã, Presidente Goulart, também solicitamos na
reunião de Lideranças que ele esteja presente na quinta-feira. Mas quero
agregar, Presidente Goulart, com ênfase no que o Ver. Carrion coloca, que V.
Exª pudesse telefonar para o Presidente do Tribunal de Contas, além de sua
missiva que irá assinada, com certeza, porque acho que o entendimento dos
Poderes neste momento é fundamental para não fragilizarmos a luta do povo
negro. Obrigada.
O SR. RAUL CARRION: Para concluir, meu Presidente, com a sua paciência e pela relevância do
fato, já foi dito, o Onir já tem a sentença do Tribunal de Justiça do Estado,
vou passar ao nosso Presidente. Dito com todas as letras, por unanimidade na 3ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, acolhendo uma
discussão sobre a Lei de Montenegro, que também é de 12%, e o Tribunal de
Justiça do Estado diz que é constitucional a Lei e fundamenta na necessidade da
igualdade material, não na igualdade formal. Portanto, não há mais o que
discutir e esperamos que o Tribunal de Contas reverta essa situação, e V. Exª
jogará um papel entre esta Câmara e o movimento negro. Muito obrigado e vamos à
luta.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Raul Carrion
procede a entrega do documento ao Presidente Dr. Goulart.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Excelência. Não há mais inscritos.
Este momento foi muito importante para esta Câmara - porque foi esta Casa que
apresentou a Lei – onde tivemos o esclarecimento feito por intermédio dos
representantes e dos próprios Vereadores, que são os guardiões dessa Lei.
Estaremos fazendo a comunicação para o Presidente, logo em seguida, e na
quinta-feira estaremos aqui junto à luta do povo negro, que não precisaria de
cotas, porque pode, muito bem, estar ocupando os bancos das escolas, de per
si . Mas há uma dívida que nós outros, brancos, do Brasil, - que tão bem
Castro Alves descreveu – devemos ao povo negro.
Suspendemos os
trabalhos por alguns minutos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h22min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h25min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa;
nobres colegas Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste, cumprindo o
expediente que me é delegado neste momento, de falar cinco minutos, Sr.
Presidente, vou me referir ao comentário de V. Exª. As cotas existem,
necessariamente, no Brasil, para reparar essas diferenças raciais e sociais,
notadamente, porque os nossos governos - governo após governo - não
proporcionam uma educação sólida no seu curso primário, secundário e no ensino
básico.
É por isso, sim, que
nós todos temos de lutar: para que aconteça um dia um investimento maciço no
conhecimento, porque esse vai gerar a igualdade dos cidadãos e fortalecer, Ver.
Ervino Besson, uma sociedade justa neste Brasil, com essa miscigenação de raça
maravilhosa que estamos formando.
Por outro lado, Sr.
Presidente, dos últimos acontecimentos que temos ouvido, os quais têm-me dado a
oportunidade de chegar a esta tribuna, quero comentar três coisas que me
deixaram bastante aborrecido como eleitor, como cidadão brasileiro e como
representante daqueles que depositaram a confiança na minha eleição. Uma delas é o
tratamento dispensado por “Sua Majestade”, o Presidente da República, aos
aposentados do Brasil, dando um tratamento desigual, desumano àqueles que
trabalharam durante a vida toda, que contribuíram para a Previdência Social. E
no momento de terem o contraponto, a sua eqüidade, lhes é negado esse direito,
porquanto ele deu aumento extemporâneo para outras categorias, com uma
variação, nobre Ver. João Antonio Dib, de 5% a 190%, mas nega os 16% aos
aposentados. Então, pensamos de forma uníssona - porque estamos sentindo que
isso é verdadeiro no Brasil - que, neste País, por incrível que pareça, Sr.
Presidente, envelhecer parece que é um pecado. Quando mais precisamos, quando
mais um idoso precisa, menos atenção lhe é dispensada e menos direitos lhe
são conferidos.
Da mesma forma, causou-me espanto que o Sr.
Presidente da República, através dos seus porta-vozes, coloca uma Constituinte
para uma reforma política. Ora, vejam os senhores que o Sr. Presidente da
República levou quatro anos para chegar à brilhante conclusão de que só é
possível uma reforma política neste País se tivermos uma Constituinte; quer
dizer, um Parlamento a mais, ao invés de darmos substância, valor adequado aos
nossos Poderes e não sermos os corruptores desses Poderes, como sempre fez esta
Administração e o Presidente da República.
Da mesma forma, Sr. Presidente, causa-me
profundo constrangimento ver, neste milênio, um Presidente tratar as coisas
públicas com uma irresponsabilidade tão grande neste País, pensando, talvez,
que o povo brasileiro não tem o sentido do raciocínio, não tem o sentido de ver
o que é correto, o que é justo e o que não é justo. E ele ainda se diz,
pragmaticamente, contra a reeleição da Presidência da República. Eu já me
manifestei em outras oportunidades dizendo que sou contra toda e qualquer
reeleição para cargos executivos, porque ela gera vícios, tanto no primeiro
mandato quanto no segundo mandato. Mas Sua Excelência, o Presidente da
República, depois de garantir a sua candidatura à reeleição, vem expressar esse
sentimento de ser contrário à reeleição.
Meus amigos, o Sr. Presidente teria de ser a
última pessoa a dizer e a propor uma Constituinte, bem como teria de ser a
última pessoa, no Brasil, a dizer que é contra a reeleição do Presidente da
República. Nós temos de ter coerência. Neste País, nós temos de ter, na
política, pensamentos coerentes, meus cidadãos brasileiros, para que idéias com
essa empáfia - as ironias e as controvérsias - não sejam colocadas na cabeça do
povo, dos nossos filhos e das nossas gerações. É de entristecer, nobre Ver. Dib,
que um alto mandatário deste País tenha essas colocações. Ele ganharia pontos
se tivesse permanecido em silêncio. Mas, como não é de sua postura, temos que
lamentar essas declarações e esses pontos de vista.
Sr. Presidente, penso eu que a resposta desse povo
- que eu acredito que ainda pensa e raciocina, no sentido de que nós temos de
optar pelo melhor, por aquilo que é justo e digno - se dará nas eleições. Temos
de ter um mandatário que tenha a sua responsabilidade e que seja responsável
por tudo o que acontece nesta Nação. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Meu
querido Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs.
Vereadores;
Sras Vereadoras e público que nos assiste, nós estamos diante de um
dia singular, porque, pela segunda vez, neste Governo, é anunciada a
substituição da Direção, com a substituição do Diretor-Geral, do DMLU, e, nesse
particular, temos uma série de fatos muito graves, com decisões da Justiça, que
anulou o processo licitatório.
Não foi um ato de gestão que anulou a licitação,
mas sim uma determinação judicial, através de liminar concedida a uma ação
popular que foi movida por este Vereador, e, entre outras coisas, está o fato
da exigência indevida da experiência anterior da atividade, que não é objeto da
licitação; assim entendeu, pelo menos, o Juiz da 5.ª Vara da Fazenda Pública do
Foro Central de Porto Alegre. Depois dessa anulação, nós pedimos a instalação
de uma CPI, porque, devido à gravidade dos fatos, que são muito bem
investigados pelo brilhante trabalho da Polícia Civil, do TCE e do Ministério
Público, esta Câmara, Ver. João Dib, não pode se furtar do papel de fazer seu
processo de CPI, porque nós temos um objeto claro e determinado.
A CPI não pode ser feita com base em matéria
aleatória, em notícias genéricas, em fatos difusos. A CPI, Verª Neuza, é pedida
com base em objeto determinado, e o objeto determinado aqui, pedido por nós, é
muito claro: é para apuração das irregularidades cometidas pelos agentes
públicos que atuaram na Concorrência n.º 01/06 do DMLU; esse é o fato
determinado, e é isso que precisa ser investigado. E precisa ser investigado
mais ainda, Verª Margarete, depois que a Direção do DMLU - o Diretor-Geral e
outros assessores - é demitida pelo Prefeito.
Portanto, o fato é determinado, é um fato que se
agrava, e eu não vejo o porquê do temor da base do Governo aqui de investigar,
de instaurar essa CPI, até porque a base do Governo aqui é maioria. E não vale
dizer que nós temos que investigar outras coisas do passado em paralelo; se
quiserem investigar outras coisas do passado, em paralelo, instauremos uma CPI
para esses casos, desde que se traga aqui o fato determinado; senão é
tergiversação; senão é desviar o foco; senão é fugir do objeto.
A Sra.
Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito
rapidamente, Ver. Todeschini, eu quero cumprimentá-lo e dizer que tenho muito
orgulho da Bancada do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, por sua
coerência, por sua tranqüilidade, por sua persistência nesse caso. Há muito
tempo V. Exª vem exercendo a sua função de Vereador, que é fiscalizar o Executivo,
e isso tem motivação pelo bem da Cidade. A única motivação nossa é o bem da
Cidade, para que o serviço aconteça da melhor maneira possível, não caia como
está caindo, e tudo dentro da maior legalidade. Parabéns pelo seu discurso,
pela sua postura; V. Exª, até foi processado pelo Sr. Garipô, o qual não aceita
nenhum tipo de crítica, nenhum tipo de fiscalização.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado,
Verª Margarete, minha querida amiga. Eu fui processado, e o processo foi
arquivado, porque ele não teve guarida,
não teve amparo.
Eu queria dizer mais: dois fatos agravam a
situação da necessidade da CPI no dia de hoje. O primeiro é o fato de o
Prefeito demitir a Diretoria e seus assessores, todos sob suspeita, Ver.
Comassetto; o segundo, vejam só, aqui no blog
do Diego Casagrande diz o seguinte (Lê.): “Venceu a Máfia” - palavras do
ex-Diretor, Verª Neuza. Ele diz, entre outras coisas (Lê.): “Venderam a versão
de que a licitação estava viciada. Mesmo que não estivesse, essa versão
prosperou.” Bom, quem determinou isso foi a Justiça, em caráter liminar,
anulando o processo licitatório. Vejam só o que diz o ex-Diretor, então (Lê.):
“Em 14 meses, tentei dar transparência ao processo, desconcentrar o setor e
impedir a corrupção. Não consegui.”
Bom, Verª Neuza, é necessário, então, que o
ex-Diretor diga quem são os corruptos! São os colegas? São os assessores? São
os funcionários? São seus superiores, ou seus colegas Secretários? Aqui está
dito pelo ex-Diretor Garipô que há corrupção no DMLU. Quais as atitudes que ele
tomou, Verª Neuza? Ele abriu sindicância? Ele abriu inquérito? Ele denunciou ao
Ministério Público quem são os corruptos? Porque isso não é do passado, ele
está dizendo que é dentro do seu Governo e ele é o responsável primeiro e
maior, portanto não há como fugar (sic) da responsabilidade.
Vejam só que isso adenda e agrega,
Vereador-Presidente e Ver. Nereu, uma situação mais do que grave, e eu entendo
que esta Casa não pode se omitir de responder e instaurar a CPI. Por isso estou
aguardando da base do Governo, sem pressões, que nos dêem um número mínimo de
assinaturas. Muito obrigado pela sua tolerância, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. João Bosco Vaz.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente, muito obrigado à
Bancada do PDT, seus líderes, especialmente o Ver. João Bosco, pela cedência do
tempo. Quero dizer que o que está em jogo é o modelo de recolhimento de lixo
que esta Cidade quer fazer. Eu conheço o modelo dos últimos 16 anos, Ver. Paulo
Odone, que é o modelo da indústria de contratos emergenciais, de favorecimento
de amigos; este modelo eu conheço e não quero este modelo.
O Sr. Prefeito lançou uma licitação cumprindo
todos os ditames da Lei Maior, que é a Lei n° 8.666, e surgiram denúncias sobre
o processo que foram ao Tribunal de Contas. E, num determinado momento, o
Tribunal disse: “Prossiga a Licitação, mesmo que seja em caráter precário”. O
que fez o Diretor e o que fez o Prefeito? Disseram: “Não, se há precariedade,
não vamos prosseguir”. E cancelam a licitação. Portanto agiram corretamente o
Prefeito e a Direção do DMLU.
Em segundo lugar, quero dizer ao Ver. Todeschini
que o Diretor Garipô e a sua equipe não foram demitidos, não! V. Exª está com a
informação equivocada: ele pediu para sair. É diferente!
A CPI é direito de minoria – sagrado! –, que,
aliás, o seu Partido e o seu Governo, lá em Brasília, têm negado CPI como o
“diabo nega a cruz”. E, se V. Exª fala em “máfia do lixo”, V. Exª tem toda
razão, porque o Partido de V. Exª encabeça a “máfia do lixo”! Encabeça a “máfia
do lixo”!
Agora, quer fazer a CPI. Vamos fazer, sim,
porque eu quero ver o Ministro Tarso Genro explicar aqui, neste Plenário, as
suas relações promíscuas com o recolhimento do lixo nesta Cidade, assim como o
seu Prefeito Olívio Dutra e o seu Prefeito Raul Pont.
Aliás, V. Exª não pode falar muito sobre
licitação, porque eu fui lá buscar os meus Pedidos de Informações e vi que V.
Exª, quando era Diretor do DMAE, gastou 700 toneladas de asfalto no mês da
eleição, enquanto a média, Srs. Vereadores, era de 272 toneladas no ano de
2003. Depois subiu para 2004, e, lá no ano da eleição, gastou 754,6 toneladas!
Eu não sei para aonde foi tanto asfalto...
E aí eu fui mais, porque eu gosto de pesquisar,
e vi, Ver. Paulo Odone, que aqui tem um outro processo cujo objeto dessa
matéria era substituição de redes de águas na Rua Goitacaz, e o Ver. Todeschini
estava fazendo rede de água lá nas Ruas Liberal, João Moura, num contrato
aditivo. Então V. Exª tem experiência nessa matéria!
Vamos tratar isso com seriedade, com
objetividade! Não tem objeto para CPI, foi cancelada. Mas quer fazer CPI? Tenha
grandeza! Ou, por acaso, os contratos do DMLU que estão por aí são contratos do
Governo do Fogaça? São contratos que vêm do Governo anterior. Não queira
“discutir a árvore”, Ver. Todeschini, “vamos discutir a floresta”. Vossa
Excelência quer discutir o histórico do lixo no Brasil na CPI de Porto Alegre,
o histórico do lixo aqui de Porto Alegre? Vamos discuti-lo! Agora, eu sei que
V. Exª, no fundo, está torcendo para não ter a 12ª assinatura. Eu sei que V.
Exª está rezando. Porque eu sei que o Partido de V. Exª, se sair essa CPI, vai
ter que explicar muita coisa. O nosso Governo age com toda transparência nesse
processo, como em outras coisas, mas reafirmo aqui, em letras garrafais: a
figura de Garipô Selistre, a sua Direção, - porque eu o conheço, sei da sua
seriedade, da sua competência -, pode ter cometido outros equívocos, mas não
cometeu nenhum equívoco de deslize, na conduta de uma licitação. Eu disse a
ele, Ver. Todeschini, e vou repetir aqui na tribuna, acho que o Diretor
Selistre não deveria ter lhe processado, se dependesse da minha opinião. Eu
disse a ele isso, porque eu acho que é o direito sagrado de quem está na
tribuna fazer a crítica.
Portanto V. Exª fique tranqüilo, se V. Exª quer
essa CPI, eu quero ser o primeiro a assiná-la, mas vamos fazer o seguinte,
vamos botar como objeto, porque eu só quero um objeto a mais: por que a
Administração da Frente Popular construiu a indústria dos contratos emergências
sobre a gestão de 16 anos? Eu só aceito esse! E, se o Ver. Dib quiser botar
mais uma sobre o incinerador, nós podemos botar também. Portanto nós vamos ter
dois objetos a mais. E nós vamos trabalhar aqui, e eu prefiro que comecem as
Sessões às 07 horas, e possam ir até de madrugada, porque daí nós vamos ter
muita coisa para fazer aqui nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª
Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, primeiro, eu queria esclarecer um fato: o
motivo real que levou ao cancelamento dessa licitação foi a constatação de que,
no dia 31 de agosto, ocorreu uma reunião entre o sócio-diretor da Profil,
empresa contratada para dar a consultoria na elaboração do Edital, um Diretor
do DMLU, que ainda ninguém sabe quem é, e a empresa Cavo, empresa que viria a
participar da licitação. Esse foi o real motivo do cancelamento dessa licitação
por parte do Ministério Público Especial que atua junto ao Tribunal de Contas.
Também foi constatado que o pagamento das
despesas do Sr. Fábio Pierdomenico, que atuava como consultor da empresa
Profil, foi efetuado pela empresa Cavo, que viria a participar da licitação.
Eu
queria dizer que insisti diversas vezes, nesta tribuna, na necessidade de se
dar transparência à megalicitação do lixo da Capital. Neste momento, eu quero
elogiar a atitude do Prefeito José Fogaça, que ontem aceitou a demissão de toda
a Diretoria do DMLU. Na quinta-feira, eu havia pedido, nesta tribuna, que o
Chefe do Executivo tomasse providências, afastando o Diretor do órgão e todos
os envolvidos no processo licitatório, para que outra equipe pudesse elaborar a
nova licitação, com tranqüilidade, isenção e sem sofrer qualquer
questionamento.
Já
na semana passada, o Prefeito ordenou o cancelamento da megalicitação, que
continua sendo alvo de investigação do Procurador-Adjunto do Ministério Público
Especial do Tribunal de Contas, Dr. Geraldo da Camino, da Delegada Patrícia
Sanchotene Pacheco, da Delegacia Fazendária, e do Ministério Público Estadual.
Tínhamos consciência de que as atitudes firmes eram indispensáveis diante de
fatos ilícitos comprovados pelas apurações. A fraude na elaboração do Edital da
megalicitação, de forma a dirigi-la para concorrentes previamente acertados,
foi comprovada pelo trabalho conjunto desses três órgãos.
Em função dessa decisão coerente do Prefeito
José Fogaça nas investigações que impediam de produzir tranqüilamente um novo
processo de licitação, é que hoje, desta tribuna, eu estou retirando a minha
assinatura do Requerimento de convocação da CPI proposta pelo Ver. Todeschini.
Isso não significa que nos afastaremos da tarefa de fiscalizar o Governo
Municipal, Ver. Paulo Odone, para garantir a correta aplicação dos recursos públicos.
Pelo contrário, como Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento e
do Mercosul, irei acompanhar e fiscalizar o novo processo licitatório com toda
a responsabilidade. Não iremos permitir que as irregularidades verificadas no
processo anulado sejam repetidas. O nosso principal objetivo é assegurar que os
serviços de limpeza urbana e coleta, essenciais a todos os cidadãos da nossa
Cidade, sejam realizados com eficiência e sem qualquer vício. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Ver. João
Bosco Vaz solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares.
(Obs.: Foi
aprovado Requerimento de licença do Ver. João Bosco Vaz e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 3228/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 138/06, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre a oficialização do evento Feira do Mercado
Bom Fim, de artesanato e artes plásticas, a ser realizada no entorno do Mercado
Bom Fim, no Parque Farroupilha, aos domingos, das nove às dezenove horas.
PROC.
N. 3389/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 142/06, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que destina espaço na área localizada na Av.
Azenha, ao lado do n. 355, esquina com Av. Ipiranga, no Bairro Azenha, para
instalação de monumento em homenagem aos maçons republicanos e imperiais da
Revolução Farroupilha, sem ônus para o Município.
PROC.
N. 3527/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 081/06, de autoria do Ver. Cassiá Carpes,
que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Helena Cristina
Borges.
PROC.
N. 3606/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 021/06, que institui a
Gratificação de Resultado Fazendário (GRF) no âmbito da Secretaria Municipal da
Fazenda, altera disposições da Lei n. 6.309/88 e da Lei n. 7.690/95 e dá outras
providências.
PROC.
N. 3615/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 084/06, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, que concede o Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos
Direitos da Criança e do Adolescente à Associação de Apoio ao Fórum Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre (ASAFOM).
2ª SESSÃO
PROC.
N. 6780/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 311/05, de autoria da
Ver.ª Maria Luiza, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à
Pedagoga e Psicóloga Norma Helenita Aniola Machado.
PROC.
N. 3281/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 079/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz,
que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Adolfo Camerino
Teixeira de Oliveira (Dodô).
PROC.
N. 3562/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 151/06, de autoria do
Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à
Senhora Maria Edi de Moraes Gonzaga (Diza Gonzaga).
PROC.
N. 3573/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 020/06, que desafeta o
imóvel próprio municipal localizado no Loteamento Vila Santa Tereza, nesta
Capital.
PROC.
N. 3663/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 022/06, que autoriza a
doação de imóveis próprios municipais ao Estado do Rio Grande do Sul. (Vila
Hípica)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª
Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de
Pauta, o Projeto de Resolução de autoria desta Vereadora, que concede o Prêmio
Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente à Associação de Apoio ao Fórum Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente de Porto Alegre. Eu queria, aqui, explicar o porquê desse Prêmio
a essa Entidade.
A nossa Cidade tem o privilégio - e não é um
privilégio fortuito, gratuito, mas resultado do investimento dos últimos 16
anos na participação popular na democratização da formulação das políticas
públicas - de ter um Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
E o que é esse Fórum? Esse Fórum congrega todas as instituições comunitárias,
filantrópicas da cidade de Porto Alegre que, de alguma maneira, mantêm
atendimento à criança e ao adolescente. A maioria delas são instituições que
mantêm convênios com a Prefeitura de Porto Alegre.
Esse Fórum se organizou a partir da chamada à
população para discutir a política pública da criança e do adolescente, para
discutir a Lei dos Conselhos Tutelares, para construir, através da temática da
educação e assistência, fundamentalmente, no Orçamento Participativo, as
prioridades da criança e do adolescente na cidade de Porto Alegre.
O Fórum reúne, regularmente, uma vez por mês,
essas 400 instituições. Esse Fórum, com a sua capacidade de mobilização, com a
sua capilaridade, com a sua imensa representatividade, e pelo trabalho
indispensável, precioso que faz na preferia da Cidade, é um poderoso
instrumento de defesa da criança e do adolescente, de promoção dos seus
direitos; poderoso instrumento! Da conseqüente mobilização nas regiões é que se
construiu todos os convênios que a Prefeitura de Porto Alegre mantém hoje com
as entidades. O Convênio Creche Comunitária atende 135 creches, outras tantas
estão aguardando para se conveniar e outras estão para ser construídas; o
convênio SASE que atende cinco mil crianças no outro horário da aula; o
convênio Trabalho Educativo com a FASC, que atende adolescentes na aprendizagem
no mundo do trabalho, da educação; os convênios de abrigo; o mais recente
convênio que é para as instituições que atendem crianças, adolescentes,
adultos, portadores de deficiência.
Então, é um Fórum fundamental que reúne,
mobiliza, discute as políticas e negocia com o Governo, como aconteceu nas
últimas negociações do reajuste do convênio-creche, dos reajustes dos
convênios. Esse Fórum tem uma associação, a Associação de Apoio ao Fórum, que,
Ver. Luiz Braz, viabiliza vários convênios do Fórum, como o convênio que há na
nossa Casa, na Câmara Municipal, que contratou cinco jovens adolescentes saídos
da rua ou em situação de vulnerabilidade social para jardineiros desta Casa,
depois de um investimento de curso de jardinagem que a EPA fazia.
Lamentavelmente, nós estamos com as cinco vagas abertas porque não há um
entendimento entre a Câmara e a Associação. Os meninos foram demitidos, na minha
avaliação, por um ato equivocado, por suspeita de um deles ter roubado. Mas
essa Associação é emblemática, porque - este é um dos convênios - intermediou a
possibilidade de cinco adolescentes terem emprego nesta Casa, mantendo esses
belos jardins e aprendendo uma profissão saindo da sua situação de
vulnerabilidade.
Esse Fórum apóia inúmeras ações. Hoje, o Fórum
das Entidades acaba sendo responsável por mais de 590 mil crianças e
adolescentes atendidos na cidade de Porto Alegre.
Então, esse Prêmio é meritório, é para
fortalecer o seu funcionamento e a sua luta. Registro que esse Fórum, no dia
31, deslocou-se da sua reunião mensal para frente da Prefeitura, porque o
repasse das creches não foi realizado naquele dia. E o repasse que não é
realizado no dia 31, traz problemas graves no dia seguinte, porque 1.500
funcionários, só das creches comunitárias, não recebem o salário no final do
mês. E, depois, as entidades pagam a multa por não pagar a alíquota
trabalhista. Então, as entidades estavam indignadas, porque, além de não
receberem em dia, receberam dois dias depois e ainda foram praticamente
empurradas para fora da Prefeitura. Então, essa é uma entidade fundamental para
que os Governos acertem a sua política, para democratizar a política da criança
e do adolescente, mas, fundamentalmente, porque atendem diretamente as crianças
e os adolescentes da periferia da nossa Cidade tornando a sua vida muito mais
digna.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª
Sofia Cavedon.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Luiz
Braz, presidindo os trabalhos; demais Vereadores e Vereadoras aqui presentes,
todos que nos assistem, queríamos nos referir a alguns Projetos na Pauta do dia
de hoje. O primeiro deles, Projeto do Ver. Adeli Sell, dispõe sobre a
oficialização da Feira do Mercado Bom Fim de Artesanato e Artes Plásticas que
se realiza no entorno no Mercado Bom Fim, no Mercado Farroupilha, aos domingos,
das 9h às 19h. Na verdade, é uma Feira que já existe a um bom tempo nesse local
- se não me equivoco, há cerca de três anos -, gerando emprego, renda,
condições para inúmeras famílias e que é, como toda a Feira de Artesanato, uma
atração na nossa Cidade, onde já temos a Artefim, a Artefan, e tantas outras
feiras. Julgamos importante, válido o Projeto, e queremos dizer do nosso apoio.
Também queremos referir, inclusive, que, da mesma forma, a pedido dos que ali
expõem, nós estamos com um Projeto de Lei que oficializa a Feira do Artesanato
do Divino, ela ocorre aos sábados, das 7h às 17h, em frente à Igreja do Divino
Espírito Santo, também, quase propriamente, no Parque Farroupilha, no mesmo
local onde é o Brique da Redenção, mas na parte fronteira à Av. Oswaldo Aranha.
Acreditamos que o incentivo a essas feiras de
artesanato é de grande importância, e a sua oficialização significa esse
incentivo, inclusive, porque o artesanato hoje já se calcula em torno de 3% do
PIB nacional. É uma forma de trabalho informal, é cultura, é renda, portanto, é
incentivo ao próprio turismo.
Também parabenizamos a Verª Sofia Cavedon pelo
Projeto que acaba de expor aqui, concedendo o Prêmio Francisco José Zaffari de
Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente à Associação de
Apoio ao Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Inclusive
esteve, há pouco tempo nesta Casa, usando a Tribuna Popular, e trazendo grandes
preocupações da Associação em relação à aplicação da política com as crianças e
com os jovens.
Também queremos dizer que concordamos com o
Projeto do Executivo que desafeta o imóvel, próprio municipal, do Loteamento
Vila Santa Tereza, na Capital, e que tem o objetivo de fazer a regularização de
uma área de ocupação já consolidada na Vila Santa Tereza, aplicando o art. 1º
do Ato das Disposições Transitórias na nossa Lei Orgânica, que determina que
essas áreas sejam regularizadas. Na verdade, trata-se da Vila Caí, que já faz
parte do programa de regularização fundiária do Município desde 1992. Portanto,
a desafetação dessa área poderá ajudar na efetivação da regularização dessa
vila.
Temos outro Projeto do Executivo que autoriza a
doação de imóveis próprios do Município ao Estado do Rio Grande do Sul na
chamada Vila Hípica. É um Projeto que visa a resolver problemas relativos a uma
área pública do Município para a realização de um PAR – Programa Residencial de
Arrendamento – realizado com recursos da Caixa
Econômica Federal e que visa, também, à população de baixa renda. É um Programa
que tem tido grandes investimentos do atual Governo Federal e tem um cunho
social bastante importante.
Então são quatro
Projetos que nós queremos aqui destacar no conjunto de Projetos e queremos
dizer da nossa concordância. Evidentemente vamos examiná-los detidamente para
eventual contribuição que se faça necessária. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, existem
vários Projetos na Pauta de hoje, mas eu queria me deter sobre um deles, a meu
ver, com uma enorme repercussão social, que se trata de emprego e renda, da
feira de artesanato em Porto Alegre.
O
Ver. Adeli Sell está querendo instituir e regulamentar a Feira, que já existe
ali próximo ao Bom Fim, com mais de 24 bancas, se não me engano.
Eu estava conversando com uma das feirantes,
artesãs, que está aqui acompanhando conosco, e ela estava me dizendo da
importância de estendermos espaços considerados públicos, mas que são de
extrema importância para o conjunto da sociedade que, de certa forma, hoje, tem
a única forma de sobrevivência no artesanato, nas artes plásticas e na
culinária. E nós percebemos que das inúmeras iniciativas que existem - como a
que nós apresentamos recentemente ali no Largo Zumbi dos Palmares, instituído
“Mercado das Pulgas”, há a possibilidade de termos mais de 300 bancas, criando
a área cultural e assim por diante. E nos próximos dias esse Projeto poderá vir
aqui para votação - todos esses Projetos têm um enorme cunho social. Nós
percebemos hoje que a grande maioria desses feirantes ou são pessoas
desempregadas ou são pessoas que, na verdade, agregam renda, porque, são
aposentados e ganham muito pouco, o seu salário é baixo, ou até porque são
pessoas que têm certa dificuldade, isto é, têm deficiência física, e portanto a
única forma de sobreviver é vendendo o fruto do seu trabalho. E o fruto do seu
trabalho é o artesanato, as artes plásticas, a culinária. Então, neste sentido,
Ver. Adeli Sell, nós estamos apoiando a sua iniciativa, parabenizando e
dizendo: que bom que aconteça isso em toda a nossa Cidade, como acontece já
recentemente por um Projeto deste Vereador, que regulamentou as feiras-modelos
e instituiu espaço para o artesão em todas elas.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, agradeço e da mesma
forma queria agradecer ao Ver. Carrion por este apoio, porque, na verdade, com
isso nós estamos dando condições de trabalho, de renda para a população da
nossa terra e combatendo todas as formas de ilícitos das quinquilharias que vêm
de fora e que escravizam as pessoas. Inclusive, quarta-feira, estarei no
Litoral Sul do Estado, onde o pavor bateu em todo mundo, porque hoje as pessoas
estão perdendo os seus postos de trabalho, estão deixando de ganhar o seu justo
dinheiro pela sua arte, pelo seu trabalho em detrimento de coisas que vêm de
fora, e todos nós sabemos que pelas mãos escravas dos nossos irmãos da China e
da Tailândia. Obrigado.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Inclusive esse
Projeto, agora, como está em 1ª Sessão de Pauta, vai tramitar nas Comissões, e
eu diria, Ver. Adeli, que nós poderíamos até ampliar essa feira, não só na
frente do Mercado Bom Fim, mas também na parte de trás, porque o fluxo, o
grande público, não só se faz ali na frente, mas também na parte de trás, o que
dá certa segurança. E se não me engano, os moradores – pelo que a artesã aqui
colocou para nós – estariam, não só concordando, mas apoiando a iniciativa de
ocuparem esses espaços. Então, vejam só, são mais de 600 pessoas que hoje
expõem no Brique da Redenção aos domingos. Nós temos ali, também próximo, o
primeiro Chimarródromo, que foi uma lei instituída por este Governo, mas
sugerida por este Vereador, e nós temos esse local ali, embora seja um
Chimarródromo móvel. Mas vejam bem que são n alternativas, ou seja, artesanato,
Chimarródromo... E por que não, amanhã ou depois, outras iniciativas de
Vereadores que possam embelezar e instituir um ambiente de convivência num
cartão postal como a cidade de Porto Alegre, ali no Brique da Redenção?
Portanto, eu queria parabenizar a iniciativa do
Ver. Adeli e sugerir que a gente possa ampliar esta Feira, na frente do Mercado
Bom Fim, e também na parte de trás do Mercado Bom Fim, instituindo mais espaço.
Temos 24 bancas, por que não colocarmos ali umas 50 bancas? Afinal, isso é uma
forma também de promover a inclusão social para os cidadãos e cidadãs que estão
esperando essa oportunidade. Obrigado, nobre Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta de hoje contém 10
Processos, cinco em 1ª Sessão e cinco em 2ª Sessão. Desses 10 Processos, três
são do Executivo. E o que está hoje em 1ª Sessão é um Projeto de Lei que
institui a Gratificação do Resultado Fazendário no âmbito da Secretaria
Municipal da Fazenda e altera disposições da Lei n.º6.309/88 e da Lei n.º
7.690/95 e dá outras providências.
Senhor Presidente, sou favorável a todos os
projetos de lei que tragam benefícios aos servidores municipais. Mas eu também
sou coerente. Todas as vezes que a Administração anterior propôs alterações na
área de salário dos municipários, dando qualquer benefício, alterando qualquer
regime, eu sempre fiz a mesma pergunta que eu vou endereçar à Comissão de
Justiça da Casa: O Projeto do Executivo atende o preceituado na Lei Orgânica
Municipal, especificamente o art. 31, inciso I, quando vincula todos os
salários dos municipários a um padrão básico? E o art. 34 que diz que
alterações nos vencimentos dos servidores devem ser feitas simultaneamente? Eu
não estou analisando ainda; eu estou colocando para que a Comissão de Justiça
diga a realidade, se há afronta a esses dois artigos. Porque realmente os
salários dos municipários estão defasados e todo mundo sabe disso.
Por outro lado, o Executivo tem dois Projetos de
Lei. Um que desafeta um imóvel no Loteamento Vila Santa Tereza para fazer
regularização fundiária, para dar Direito Real de Uso a pessoas que lá estão
antes da Lei Orgânica, antes de 31 de janeiro de 1989, e outro que autoriza o
Executivo a doar imóveis próprios do Município ao Estado. Aparentemente isso
seria um absurdo, a Prefeitura de Porto Alegre doar ao Estado. É que o Estado
também fará doação que interessa ao Programa Socioambiental. E só não faz uma
permuta, porque o Estado doará um terreno que é quase o dobro do valor do terreno da Prefeitura.
Finalmente, quero
fazer uma rápida observação sobre o Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo que
quer destinar espaço de área localizada na Av. Azenha com a Av. Ipiranga, no
bairro Azenha, para instalação de monumento em homenagem aos maçons
republicanos e imperiais da Revolução Farroupilha, sem ônus para o Município.
Eu acho que é muito oportuno, já que se aproxima a data que é consagrada ao Dia
do Maçom, e o Projeto do Ver. Vendruscolo não vai trazer nenhum ônus para o
Município, mas vai lembrar a importância da participação dos maçons na
Revolução Farroupilha, portanto tem o nosso apoio.
E os demais Projetos
são referentes a denominações de logradouros, prêmios, e eu acho que são
importantes também, mas não farei a análise dos mesmos. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Muito obrigado, Ver. João Antonio
Dib.
O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos, receba a nossa saudação;
colegas Vereadores e Vereadoras, discuto Projeto nosso que dispõe sobre a
oficialização da Feira do Mercado Bom Fim, já aqui mencionado pelos Vereadores
Carrion e Oliboni. Considero o Projeto de fundamental importância, porque, para
quem se lembra bem, há três ou quatro anos, esse espaço era um dos espaços mais
conflagrados da cidade de Porto Alegre. Ali havia, nas tardes de domingo, um
gravíssimo problema de total insegurança para quem adentrava o parque, para
quem ia ao Brique da Redenção, para quem ia almoçar nos restaurantes do parque,
porque havia um ajuntamento de pessoas que trancavam, inclusive, a rua, e havia
muito consumo de bebidas e drogas, o que trazia enormes problemas. Havia uma
pequena feira, chamada “o areão”, de forma não-legalizada e também com
problemas, porque o parque não permite esse tipo de atividade. Nós, com algumas
disputas, sim, sobre a localização - e há pessoas que acompanham aqui a nossa
Sessão e sabem disso - mostramos que era possível, sim, ocupar a parte frontal
do mercado, qualificando aquele espaço, e, hoje, ele se tornou uma feira de
referência, inclusive com algumas inovações, que não tínhamos visto antes, nem
mesmo no Brique.
Então, precisamos,
sim, valorizar esses espaços de artesanato e de artes plásticas na nossa
Cidade, porque, infelizmente, o Estado do Rio Grande do Sul - apesar da Casa do
Artesão, que pura e simplesmente emite carteirinha de artesão como se esta
fosse a sua função básica - esqueceu totalmente da formação e do resgate da
nossa cultura, de tradições artesanais que foram esquecidas e que ainda estão
na memória e na capacidade das mãos, às vezes de uma vovó, de um vovô, que
podem ser resgatadas para os dias atuais. E nós temos essa memória viva.
O que me deixou
tremendamente chocado foi que no nosso 4.º Salão Gaúcho de Turismo, Ver. João
Dib, nós, dessa vez, diferentemente das edições anteriores, não tivemos um
espaço sequer para o artesanato do Rio Grande do Sul. Mas vejam só: um Salão de
Turismo que não traz o artesanato regional, que tem banca das cotas e não tem
um exemplar de artesanato! E gastaram uma babilônia de dinheiro para colocar
aquilo no Cais do Porto neste final de semana. Mas o artesanato estava lá, na
frente do Mercado Bom Fim; estava na casa das pessoas, em busca de um espaço,
por exemplo, dentro do Mercado Público, como fazíamos as feiras no Mercado
Público.
Então,
este meu Projeto tenta dialogar com o conjunto de Vereadores da Casa, de uma
forma muito tranqüila, muito serena, esperando, inclusive, emendas,
aperfeiçoamentos.
E,
por favor, ouçam o que pensam, vejam o que fazem os nossos artesãos, pois há um
abandono das autoridades em relação ao artesanato. Nós queremos criar, sim, um
sistema estadual de artesanato. Nós queremos, sim, cursos de formação, de
qualificação, mas nós queremos essencialmente pontos de vendas. Não é fortuito,
Ver. João Dib - V. Exª já foi Prefeito desta Cidade -, que os artesãos de
Guaíba nos procurem aqui, porque lá o Prefeito não dá espaço para o artesanato.
E, claro, aqui há muito mais compradores, também não seremos hipócritas. Mas
assim acontece em outras cidades e em outros locais. E, às vezes, nós não temos
esse espaço em Porto Alegre.
E quero lembrar aqui que aprovamos - e o
Prefeito sancionou - uma Lei que cria o Brique do Marinha do Brasil, que nós
deixamos na Prefeitura, com todos os croquis. Inclusive, aqui está a minha
Chefe de Gabinete, a Simone, que era, na época, Diretora de Parques e Praças.
Discutimos isso exaustivamente com a SMAM, tudo está pronto na Prefeitura, e
nós, inclusive, mandamos, como contribuição do nosso Gabinete, a sua
regulamentação. Então, faça-se e não se fique apenas nas promessas. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está encerrada
a Pauta.
A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’AVILA: Ver. Luiz
Braz, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu gostaria, Verª Clênia Maranhão, de estabelecer um diálogo com V.
Exª, uma vez que V. Exª tem claro o respeito do meu Partido por todos os
Parlamentares individualmente, em especial por Vossa Excelência. Entretanto,
hoje, na sua primeira manifestação com relação ao DMLU e à demissão do seu
ex-Coordenador Garipô Selistre, V. Exª dizia que nós devemos ter com a coisa
pública, independentemente do período eleitoral, a mesma responsabilidade que
temos como homens e mulheres públicas, assim como com os nossos Partidos.
Embora, naquele momento, V. Exª tenha diferenciado uma coisa da outra, eu
entendo que nós devemos ter a mesma responsabilidade com a coisa pública em
todas as esferas da nossa vida e, principalmente, lutar para que os nossos
Partidos tenham a mesma responsabilidade com aquilo que é público, que nós,
Parlamentares, temos individualmente.
Eu falo isto porque nós vimos, no ano que
passou, muitas manifestações aqui nesta tribuna sobre a moralidade e o respeito
com a coisa pública. Eu falo isso com a tranqüilidade de quem tem na mão um
documento de todos os Partidos, indicando que o único Partido que tem zero por
cento dos seus Parlamentares envolvidos em escândalos ou em crimes de qualquer
natureza de ilícito, o único Partido é o meu, o PCdoB, que não tem, nesta Casa,
não tem, em Brasília, nenhum Parlamentar envolvido em corrupção. Então, eu falo
isso com tranqüilidade.
Eu
ouvi, muitas vezes, a Bancada do Governo, do PSDB ou do PFL, o próprio PPS se
manifestarem como os donos de uma ética e de uma moral absoluta. E, agora, nós
estamos tentando, Verª Clênia Maranhão, aqui nesta Casa, estabelecer uma
Comissão Parlamentar de Inquérito, a famosa CPI, para averiguarmos tudo o que
aconteceu e tudo o que acontece no DMLU, porque nós podemos presumir, Ver.
Comassetto, que, no momento em que sai um Diretor, dizendo que “venceu a
Máfia”, ou ele se afastou porque assumiu a responsabilidade, ou ele se afastou
porque, de fato, venceu uma máfia, como esse Diretor do DMLU, Garipô Selistre,
afirmou.
Eu olho para o Ver. Haroldo, que presta atenção,
um dos poucos Vereadores da situação que presta atenção, diga-se de passagem, e
lhe pergunto: por que nós vamos investigar o que acontece ou aconteceu no DMLU?
A Verª Neuza Canabarro, que não se encontra
presente, assinou e foi Relatora de uma CPI para investigar as Biometrias dos
Professores. Nós investigamos, nós, da Frente Popular, assinamos aquela CPI,
para entender - veja bem, Ver. Haroldo - se os professores estavam mesmo doentes,
e se, estando doentes, por que estavam e em quais condições de trabalho estavam
trabalhando.
E, agora, nós temos uma licitação viciada, num
dos maiores escândalos que Porto Alegre já viu, Ver. Sebastião Melo, que adora
falar sobre lixo - eu estou, agora, falando com V. Exª Desculpem-me, eu tenho
oito anos de militância política, e o caso recente do DMLU é o maior que eu já
vi, que eu já acompanhei.
Nós abrimos uma CPI para investigar o estado de
saúde e as condições de dar aula das professoras da Rede Municipal e não vamos
abrir para investigar um escândalo, com intervenção do Mistério Público? Há uma
incoerência muito grande por parte dos Vereadores do Governo nesta Casa. É
inadmissível! Eu acho que hoje, pela primeira vez - parecia que nada estava
acontecendo -depois de algumas semanas de denúncias, um jornal de repercussão
colocou na capa o caso DMLU. Muito bem. Agora, está na hora de perguntar aos
mesmos que falavam tanto das outras irregularidades por que esta Casa não está
investigando.
Eu acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre
tem Vereadores dignos, honestos, corretos, sérios, com capacidade de receber
documentos, de avaliar e de investigar o que está acontecendo, de verdade,
antes, durante, e agora, no desfecho do caso, seja investigando o ex-Diretor
Garipô, seja investigando o DMLU. Eu quero que a investigação seja sobre o
DMLU, e que nós não concluamos, não é Ver. Todeschini, inocentemente, só com os
nossos conhecimentos supérfluos do Ministério Público e com os documentos
referentes ao DMLU, o que aconteceu; e que a gente
não tenha que concluir com as nossas próprias cabeças e não tenha que fazer a
opinião pública deduzir que havia muita coisa errada mesmo. E é por isso que
não se quer que seja investigada, ou, como se diz no bom e velho Português, que
“o buraco era mais embaixo”.
Prefeito Fogaça, Verª
Clênia, não deixem que a nossa Cidade seja colocada no lixo, não deixem que
esta Câmara de Vereadores, tão respeitada pela população, seja jogada na lata
de lixo! Vamos cumprir o nosso papel – é uma pena que o Ver. João Antonio Dib
tenha se ausentado –, vamos fazer aquilo que nos é legal e regimental. Vamos
instalar a CPI, vamos investigar e vamos, tomara, concluir que as
irregularidades são menores ou maiores, infelizmente, para a população de Porto
Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Vou pedir para o Ver. Haroldo de
Souza assumir a presidência, para que eu possa, com a licença do meu Líder, o
Ver. Claudio Sebenelo, utilizar o tempo de Liderança do nosso Partido, o PSDB.
(O Ver. Haroldo de
Souza assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Haroldo de Souza): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para uma Comunicação de Líder, por cedência de tempo do Ver.
Claudio Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Haroldo de Souza, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu me filio entre aqueles Vereadores que
contraditaram a licitação que foi feita pelo DMLU.
Fui ao então Diretor
Garipô Selistre e disse das minhas contrariedades, já que, dentro dos
conhecimentos que nós temos e dentro da linha de estudos do meu Gabinete, nós
achávamos falhas dentro do processo de licitação. Avisamos, dentro daquilo que
nós conhecíamos, o que nós acreditávamos que estava errado. E eu posso dizer,
Ver. Sebastião Melo, que, se não foi tomada lá atrás uma decisão de se fazerem
modificações mais fundamentais com relação à licitação, foram tomadas as
decisões antes que o Município pudesse ter qualquer tipo de prejuízo com a
licitação, se porventura, ela vingasse.
Nós acreditávamos que
uma das falhas apresentadas na licitação era com relação à determinação que a
Lei nº 8.666 faz de que haja fragmentação do objeto da licitação, e, nessa
licitação, havia uma concentração do objeto. Mas, Ver. Todeschini, nós não
podemos dizer, porque não seria honesto nós dizermos, que a licitação trouxe
prejuízo para o Município. Nós podemos dizer que houve uma licitação que não
estava correta e que foi suspensa antes que pudesse causar qualquer tipo de
prejuízo. O Prefeito tomou as atitudes que eu acredito fossem as mais corretas.
Pode-se dizer que ele deixou passar muito tempo, que as determinações deveriam
ter sido feitas antes, inclusive com modificações com relação à licitação, mas
ele tomou atitudes para evitar prejuízos para o Município. Há coisas que nós
temos que analisar e que, daqui a pouquinho, eu acho que não precisam nem de
CPI.
Esse Pierdomenico,
que é um homem que está sendo citado por todos como o grande demônio com
relação a essa licitação, Ver. Sebastião Melo, quem é o Sr. Pierdomenico que a
Polícia não consegue encontrar? Esse Pierdomenico era, no Governo da Marta
Suplicy, em São Paulo, o homem que cuidava do lixo! Ele, o Pierdomenico, foi o
responsável por aquela licitação que foi considerada danosa para a cidade de
São Paulo, porque ela foi extremamente malconduzida. E lá, Ver. Todeschini, com
um agravante: realmente, a cidade de São Paulo se prejudicou com a licitação.
As grandes empresas, lá, realmente causaram prejuízos que poderiam causar aqui,
se a licitação chegasse até o final, na opinião deste Vereador. Agora, eu
assinaria a CPI, Ver. Sebastião Melo, se, porventura, o Município de Porto
Alegre houvesse sido prejudicado, se o Prefeito Municipal não houvesse tomado as
deliberações que tomou, se a Diretoria do DMLU não houvesse se demitido. Se
houve a demissão, é porque a Diretoria do DMLU não se sentia mais em condições
de continuar à frente daquele Departamento.
Então, acho que o
Município que nós representamos, a sociedade que nós representamos ficou muito
bem representada com as atitudes que foram tomadas. Nós, Vereadores, temos
agora que cuidar da próxima licitação, porque ela já está anunciada, e nós
sabemos que os contratos de coleta de lixo já estão vencendo e é necessário que
haja, rapidamente, uma nova licitação.
Nós precisamos não
estar perdendo tempo aqui com uma CPI, mas estar vigilantes – porque esse é o
nosso papel, não apenas de oposição, mas também de situação – com relação às
linhas da nova licitação. Acho que esse é o nosso papel. O resto, na verdade,
são aquelas discussões querendo ganhos políticos em alguma coisa que não é para
a defesa do cidadão, ou alguma coisa que não vai trazer nenhum lucro para o
cidadão, Ver. João Dib, que não vai defender os direitos da cidadania; mas
apenas, na verdade, achincalhar um ou outro e, de repente, não vai trazer
nenhum tipo de resultado para Porto Alegre.
Eu acho que a
Administração talvez tenha demorado um pouco, mas tomou atitudes corretas com
relação a essa licitação. O papel do Vereador agora: verificar se a próxima
licitação que vai ser colocada para todas as empresas vai obedecer àquilo que é
estabelecido pela Lei n° 8.666. Se for, acredito que nós estaremos, realmente,
cumprindo o papel que temos de cumprir, o de representantes da sociedade.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Luiz Braz
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Elias Vidal solicita
Licença para Tratamento de Saúde, conforme atestado. Vamos aguardar o Suplente,
para que possa tomar posse.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, com todo
respeito eu quero tecer apenas um comentário, neste momento, em relação à CPI
que eu estou assinando também, porque eu acho que é uma questão de um viés
não-ideológico, mas, sim, de responsabilidade, pela função que nós temos nesta
Casa. E, se não tem problema nenhum, nós, que somos parceiros do PSB, muitas
vezes com o Prefeito Fogaça, também teremos a grandeza e vir aqui e dizer:
estamos errados. Não há problema nenhum.
Agora, eu queria dizer ao meu querido amigo Ver.
Luiz Braz, que, se já se sabia que esse senhor teve problemas em São Paulo, por
que trouxeram justamente esse mau elemento para Porto Alegre? Então só vou
deixar esse questionamento, Ver. Luiz Braz.
Eu sei que não foi V. Exª que fez isso, mas eu, carinhosamente, dentro
da democracia e com todo o respeito, estou dizendo que, de fato, foi um grande
equívoco, que todos nós vamos pagar juntos. É isso, eu tenho que fazer esse
registro.
A outra questão é que nós estivemos numa
paralisação através de um movimento não-partidário, quando todos os Partidos
estiveram presentes na Lomba do Pinheiro, na sexta-feira passada, na Parada 9
da Rua João de Oliveira Remião, onde nós paralisamos a nossa comunidade. Nós
primamos sempre para que não se chegue a esse estágio, porque eu acho que,
quando se faz oposição por oposição, quem perde sempre é a comunidade. Foi o
Conselho Popular que organizou aquela atividade, e nós estivemos lá com os
colégios, com o CPCA - que é na Parada 10, liderado pelos Freis Franciscanos -,
com todos os segmentos sociais. Porque, de fato, é só nós fazermos uma comissão
suprapartidária aqui e acompanharmos o que está acontecendo naquela comunidade,
em termos da segurança, da saúde, dos problemas com os horários de ônibus e com
o desleixo que existe hoje, em especial com a questão da coleta de lixo, que
retrocedeu na questão, por exemplo, do lixo seletivo; na questão dos horários,
pois antes tínhamos um horário fixo; hoje já não se sabe mais, virou uma
baderna.
Então, nós queremos ajudar - ao contrário do que
se está dizendo - a repor algo que foi conquistado pela organização popular
daquela comunidade.
É claro que nós tivemos algumas diferenças ali
porque nós não queremos que lá seja feito uso de cunho político de ninguém, de
nenhum Partido, porque todos os Partidos estavam lá, legitimamente. Nós
queremos dizer que estamos, Ver. Todeschini, profundamente mobilizados e
indignados com a situação que estamos vivendo, Ver. Luiz Braz, porque não é
justo, em lugar nenhum do mundo, que uma comunidade ordeira e trabalhadora
passe pela situação que nós estamos vivendo.
Então é uma fala, muito mais do que de uma
Vereadora, mas, de uma moradora, e de uma moradora que tem determinados
recursos que muitos outros não têm, apesar de ser de classe média baixa, mas
que sente o problema no dia-a-dia. As pessoas batem na porta da gente, não no sentido
assistencialista, mas porque elas têm um estágio, têm uma história. Hoje voltou
aquela velha era do abaixo-assinado, do tapinha nas costas, em que não há
realizações. Vê-se cada vez mais uma falta de sintonia entre o Poder Executivo
e a comunidade, entre a autonomia de um movimento, as realizações, as metas e a
forma como o Executivo deveria estar trabalhando, e não é o que nós estamos
encontrando.
Então, nesse sentido, Presidente, já terminando,
quero sempre louvar, mesmo quando nós éramos situação nesta Cidade e essas
galerias estavam sempre cheias, esta Casa estava sempre cheia, e eu sempre
louvava, apesar de colocar a minha posição, defender o meu Governo, mas achava
muito bom porque aqui é o sangue da veia de uma cidade, é a participação
popular - por isso eu sempre primo. Porque é muito diferente, num período
eleitoral, tu passares, conseguir os muros, mas nunca ter ido lá, nunca ter
feito um trabalho; é muito diferente ir lá, comprar as pessoas e não ter um
trabalho.
Então, seja qual for o Partido, todos têm
dignidade quando há um trabalho direcionado. Agora, esse cacoete, lá na nossa
região, não cola.
Obrigada, Sr. Presidente, senhoras e senhores.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Luiz Braz,
presidente dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, as
Bancadas do Partido dos Trabalhadores, do Partido Comunista do Brasil e do PSB
têm certeza da responsabilidade com a qual devemos tratar este momento da
cidade de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib. É uma situação ímpar: um
Departamento desta Cidade, o Departamento de Limpeza Urbana, tem, pela segunda
vez, a troca do seu comando na Capital, e, pela segunda vez, os motivos que
ensejam isso são suspeitas de irregularidade no Órgão. Do primeiro Diretor, não
no momento da sua saída, mas após, houve indícios e há processos vinculando-o a
situações não-aceitáveis, nem na figura de um Vereador, nem como Diretor de um
Departamento como o DMLU.
Neste momento não importa se foi o Prefeito que
o demitiu ou se o Diretor do DMLU pediu demissão; houve uma troca porque a
situação estava insustentável. Insustentável, Ver. Sebastião Melo! Por quê?
Porque - nós, desde o ano passado, vínhamos fazendo este debate - houve uma
escolha, na cidade de Porto Alegre, que não foi uma escolha discutida,
transparente, participativa na Cidade: de trocar o sistema misto por um sistema
totalmente terceirizado na limpeza urbana desta Cidade.
Houve um desmonte, sim, de trabalhos realizados
por funcionários próprios do DMLU; houve readequação e contratação emergencial
de outras empresas para substituir esse trabalho que vinha sendo realizado em
combinação: terceirização/funcionários próprios. Cito a Cores, Ver. Carlos
Comassetto. A Cootravipa tinha um contrato para fazer todo o recolhimento
doméstico desta Cidade; hoje a Cores está fazendo uma parte desse trabalho. Não
tem explicação essa redução, essa partição em plena vigência do contrato! Houve
mudanças de uso de aterro para um aterro muito mais longe, mais oneroso. E há
aterros nossos, como o de Gravataí, gerenciado por funcionários capacitados, de
alta qualificação! Houve o abandono de programas importantes, como o “Bota
fora”, como a coleta nas vilas, como a educação ambiental, que está paralisada
há quase um ano, porque não tem atividade de educação ambiental na Cidade de
Porto Alegre, tudo esperando esse novo modelo - moderno, inovador, na Cidade de
Porto Alegre.
Bem, o processo de diagnóstico, de construção do
Edital, segundo o Ministério Público está eivado de irregularidades. A empresa
trabalhou três meses antes de ser contratada. A sua contratação - Ver.
Sebastião Melo, é o Ministério Público que diz - foi por um valor irrisório
diante da enorme complexidade da tarefa que tinha. A Profil foi contratada por
14 mil reais, e a avaliação do Ministério Público é de que o valor seria muito
maior. Essa empresa trabalhou três meses antes, na seqüência é que ela foi
contratada; ela fez um convênio com um senhor que tem envolvimento com empresas
interessadas, que já estava trabalhando sete meses antes, dando consultoria ao
DMLU, e as despesas de hospedagem desse senhor foram pagas por uma empresa
interessada no pleito; então, viciado o processo, ponto!
Durante o processo há uma redução de 100 milhões
no valor, não é qualquer redução, é um quarto do valor previsto; e essa
redução, e que justificativa sem tem desses inúmeros serviços que não seriam
realizados?
O Ministério Público diz que no mínimo é um
problema de inépcia, de falta de planejamento, de competência, e de cuidado com
o recurso público. O Ministério Público indicou que houve, só pelo fato de a
licitação ter colocado na rua, uma demonstração de que o Departamento de
Limpeza Urbana gastou três milhões/mês no ano de 2005, e para 2007 estava
previsto mais de sete milhões - mais do dobro do custo dos serviços de limpeza
urbana desta Cidade, por mais que digam não há grandes inovações, porque nós já
tínhamos alguma varreção mecanizada, nós já tínhamos uma série de serviços...
Portanto, trocou o comando. Não tenho tempo de
trabalhar todos os elementos, mas trocou o comando. Acho que era necessário,
era insustentável manter o mesmo comando no DMLU, e não é uma questão de
julgamento; é uma questão de condição de o Prefeito Fogaça retomar a gestão do
DMLU. Agora, a Câmara não pode ficar omissa, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, porque o problema está estabelecido, os programas foram
desarticulados, o modelo está mantido, a Cidade terá mais custo e menos
serviços. E há, sim, uma fala do Sr. Garipô Selistre dizendo que a máfia
venceu, e se ela venceu, ela está vinculada ao que se manteve, porque ele saiu,
e esta Câmara terá que apurar, terá que acompanhar, para evitar maiores
prejuízos para a Cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Verª Sofia
Cavedon, quero rememorar com V. Exª que o Diretor-Geral do DMLU, o Dutra, neste
processo que hoje V. Exª contesta, inclusive sofreu uma ação na Justiça movida
pelo Ver. Luiz Braz nesta mesma direção. Então V. Exª não pode ter dois
discursos; eu não tive tempo de ver a pesquisa, mas me lembro do discurso de V.
Exª sustentando aqui, na tribuna, que o modelo defendido pelo Dutra era o
correto - o modelo de conteinerização parcial e de uma qualificação no serviço
do lixo.
Eu acho que nós temos unidade, não tenho dúvidas
disso, Vereadores ou não, quanto a querermos uma melhor qualificação do
recolhimento e do destino final do lixo de Porto Alegre. Lixo que passa por
melhor seleção, que passa por mais unidades de triagem, que passa por tratar da
redução gradativa das carroças, que passa pela conteinerização parcial para nós
avaliarmos se é um sistema eficiente.
Agora, quero enfrentar essa questão que V. Exª
aqui coloca e digo que o Governo agiu corretamente. Há indícios de
irregularidades? O que deve fazer o Prefeito? Determina o cancelamento, Ver.
Sebenelo. Queria que prosseguisse? Não; agiu corretamente.
Daí perdoe-me, Verª Manuela, V. Exª parece que
está fora do País; V. Exª parece que pertence a um outro mundo, porque V. Exª
disse que o maior escândalo que viu, em oito anos de militância, foi o do DMLU.
Eu quero dizer que o maior escândalo que conheço, com 30 anos de militância, do
velho MDB de guerra, é o escândalo deste Governo neoliberal recauchutado do
Presidente Lula, que discursa para os pequenos, governa para os grandes; esse lamaçal
de corrupção que tem um chefe, que é Presidente da Nação! Tem um chefe, que é
Presidente da Nação e que diz que não sabe nada! V. Exª é uma militante
informada, V. Exª não tinha o direito de fazer isso! Eu vi o Partido de V. Exª,
com aquelas bandeiras grandes, defendendo ética na esquina democrática e nas
portas das fábricas, mas que anda em um silêncio sepulcral sobre esta corrupção
no País! Portanto eu queria que V. Exª, com a coerência que tem, dissesse
assim: “Olha, eu da Bancada do PCdoB, vou defender a CPI, mas eu quero incluir
a gestão do lixo da qual o meu Partido também participou, para dar um atestado
ao Seu Tarso Genro, ao Seu Olívio Dutra, ao Seu Darci Barnech Campani” - este
sim, está no banco dos réus, já foi condenado, não devolveu o dinheiro do povo!
Aliás, tem de pagar a conta, porque está faltando dinheiro na Saúde. E esse 1
milhão e 300 mil reais que o Seu Darci Barnech Campani não devolveu, ele que
estava sob a tutela do Governo Tarso Genro - portanto há um responsável -, tem
de ser devolvido aos cofres públicos, mas está usando dos instrumentos
jurídicos, da “indústria de recursos” para não depositar o programa. Pois que
faça “vaquinha” e devolva o dinheiro do povo! Então, Verª Sofia Cavedon, vamos
“devagar com o andor que o santo é de barro”. “O pior cego”, dizia minha avó,
“é o que vê e não enxerga”. E V. Exª, como o Partido de V. Exª, está em uma
cegueira bárbara, porque V. Exª tem um discurso na oposição, e, quando está no
Governo... Pelo amor de Deus! Aliás, quero ceder todo o tempo que eu tenho,
durante todo este mês, para que a Bancada do PT venha falar a respeito de lixo,
porque, nesta matéria, V. Exª tem know how no Brasil: é Ministro de
Estado, é Chefe da Casa Civil, são os Prefeitos! V. Exª deveria produzir um
seminário a respeito de lixo aqui, sobre as experiências do PT nos lixos do
Brasil. Então, eu quero dizer o seguinte: o Governo agiu corretamente, cancelou
a correção. O nosso Diretor-Geral do DMLU, que é uma figura correta, decente,
que cumpriu seu papel e que pediu demissão, sim, não sentiu condições políticas
de continuar. É verdade! Absolutamente verdadeiro! Mas não foi demitido não. E
não tem por que se envergonhar de um ato que praticou, porque todos os atos que
praticou foram com retidão e com correção junto ao DMLU. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Sebastião Melo.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, o pronunciamento que vou fazer agora
eu classificaria de muito ousado, depois de ler S. Exª, um jurista insigne,
Paulo Brossard de Souza Pinto, por quem tenho um profundo respeito pelos seus
conhecimentos, pelas suas posições e que é contrário a uma Assembléia
Constituinte para fazer algumas modificações na nossa Constituição, então eu
acho que é muita ousadia, mas eu sou obrigado a falar assim. Porque eu
acredito, e antes que se anunciasse essa Assembléia Constituinte, esta possibilidade
da Assembléia Constituinte, eu achava ser o único caminho que nós tínhamos para
resolver os nossos problemas, porque nós temos um Congresso que desde 1988
editou uma Constituição que chamou de cidadã. Mas que de cidadã não tem nada,
até porque lá diz que um salário mínimo sustenta quatro pessoas com casa,
comida, roupa lavada, férias na praia, educação, e dinheiro na poupança - está
escrito lá com todas as letras, não fui eu que escrevi. Então eu acho que a
grande solução para este País está numa assembléia constituinte de pessoas de
mais alto saber jurídico e que não teriam a condição de políticos preparando-se
para uma próxima eleição. Eles seriam apenas pessoas capazes de colocar o
Brasil na ordem.
Nós temos vários Projetos de Lei no Congresso
Nacional aumentando número de Vereadores, Deputados e Senadores. Há o Senador
Álvaro Dias, de 1999, que pretende diminuir o número de Deputados, Senadores e
Vereadores deste País, mas os nossos Deputados, esses que têm mensalidades e
que sugam o sangue do povo brasileiro, não estão interessados nisso. O que eu
vejo é que os Estados Unidos têm 435 Deputados para 50 Estados; uma média de
8,7 Deputados por Estado. O Brasil tem 513 Deputados para 27 Estados, uma média
de 19 por Estado. Se nós aplicássemos a mesma proporção, nós teríamos 234
Deputados. Olha, dava e sobrava para os problemas, e a economia do País seria
imensa. Nós teremos de diminuir o número de Vereadores. Mas vejam V. Exas.: os
Estados Unidos têm 1 milhão de quilômetros quadrados a mais que o Brasil, e têm
cem milhões de habitantes a mais do que nós, e o nosso dinheiro - não dá para comparar o PIB americano e o PIB
brasileiro, que decresce. Não dá para comparar.
Então, uma Constituição, sem dúvida nenhuma,
feita por pessoas que têm amor à Pátria, e não aos seus mandatos, traria
condições deste País melhorar.
Não teríamos mais 513 Deputados, afinal, nunca
se reuniram os 513 Deputados, nem mesmo em momentos de mais alta relevância
para o País, não estavam presentes, então, não precisa. E, na verdade, eles se
reúnem para dizer que precisamos ter mais do que 36 Vereadores. Acho que
tínhamos de ter 21, e até acho que o melhor seria 11 Vereadores.
Então, o melhor seria se diminuíssemos o número
de Parlamentares neste País, e vejam V. Exas que nunca falo nas
Assembléias Legislativas.
Temos 36 Vereadores para cuidar de 500
quilômetros quadrados; a Assembléia Legislativa já teve 56, mas agora tem 55
Deputados para cuidar de 280 mil quilômetros quadrados. É uma desproporção. É
mais ou menos assim que nós precisávamos fazer: diminuir o número de Senadores
também, nós não podemos ter um Senador Sarney que mora no Maranhão e é Senador
do Amapá, e lá tem 300 mil votos. E é fácil ele juntar 150 mil votos e se
eleger, porque tudo lá tem o nome do Sarney.
É um grande brasileiro. É o pior que já nasceu
até hoje. É o que mais infelicitou esta Nação: José Ribamar de Araújo Costa,
conhecido como José Sarney.
Portanto, Sr. Presidente, hoje tomei um pouco de
ousadia e contrapus o ponto de vista do Professor eminente, Professor emérito,
que é Brossard de Souza Pinto, que um
dia deu uma palestra nesta Casa sobre política, e os Vereadores que tiveram a
felicidade de ouvi-lo ficaram abismados com a facilidade de expressão, do
conhecimento profundo do mestre, e, lamentavelmente, não foi gravada, não foi
taquigrafada, não teve televisão, e nós não temos aquela maravilhosa aula dada
durante uma hora de palestra do Professor Paulo Brossard de Souza Pinto.
Mas, peço desculpas ao Professor, porque eu
contrario o seu ponto de vista; nós precisamos, sim, de uma Constituinte feita
por professores, por pessoas que têm a responsabilidade com a Pátria, e não com
seus mandatos, não com a próxima eleição, mas, sim, devo dizer de
novo, com a Pátria. Isso é essencial. Isso será a salvação deste País: quando
nós diminuirmos os custos do Congresso, os jovens e os velhos que lá estão, e
que fazem horrores neste País, nos envergonham e obrigam o Superior Tribunal
Eleitoral a fazer propaganda para que o brasileiro venha a votar! Voto, eu
quero dizer, não é um direito; é um dever de todos para escolher bem. Mas com o
que estamos vendo no Congresso, parece que as pessoas estão assustadas, estão
querendo anular o seu voto ou até não votar. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo
de Souza): Obrigado, Ver. Antonio Dib.
O Ver. Cassiá Carpes
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, quero dizer ao nobre Ver. João Dib que eu
concordo plenamente, principalmente quando o Ver. João Dib fala em José Sarney,
que passou pelo seu Partido, no tempo da ditadura, o PDS, e depois passou por
vários Partidos, e hoje está no PMDB. E V. Exª deve ter lamentado dessa pessoa que
passou por vários Estados, eleito Senador por vários Estados.
Eu
concordo, também, plenamente, que este Congresso não tem capacidade para fazer
as mudanças no País, na Legislação Eleitoral. Parece-me que nós devíamos
entregar esta incumbência ao Tribunal Superior Eleitoral, não para a Câmara
Federal, porque ela não tem mais capacidade, não tem credibilidade para assim
fazê-la. Portanto eu aguardo e entendo que após essa eleição, que será uma
eleição diferenciada, em que fará a depuração dos políticos no Brasil, dos
Partidos políticos no Brasil, nós tenhamos, sim, uma noção exata da grandeza da
política brasileira, porque hoje não se sabe o que será o amanhã. Por isso a
responsabilidade do eleitor nessa votação, onde se dará a cláusula de barreira,
em que um Partido, para se estabelecer neste País com consistência, terá que
fazer 5% de todo o eleitorado brasileiro, e 2%, no mínimo, em nove Estados.
Portanto, uma eleição diferenciada, de valorização do eleitor.
Voltando ao tema
Porto Alegre, numa opinião muito clara, Ver. Sebenelo e os demais que falaram
sobre essa CPI do lixo – e eu até nem fui procurado nesta Casa para assinar ou
para não assinar, fiquei sabendo pela imprensa -, quero dizer que o outro
Governo que passou aí cometeu erros gravíssimos, porque tem condenação o outro
Governo. Se houve erros deste Governo, e entendo que tenha havido - e falo aqui
como homem de situação, Líder do Partido Trabalhista Brasileiro -, pois
deixaram chegar nesse ponto e não acusaram antes os acontecimentos do DMLU, porque,
quem sabe é o órgão ou a Secretaria mais problemática, Ver. João Dib!
Há muito tempo eu estou nesta Casa, desde 2000,
reeleito em 2004, e eu escuto falar no DMLU, nos problemas do DMLU há muitos
anos! Mas será que os governos são tão incompetentes que não conseguem sanar e
fazer uma licitação responsável? O Ministério Público entrou nessa questão e
deve ir a fundo, Ver. João Dib. E eu acredito que o Ministério Público tem
condições, sim, de averiguar o que é capaz de se fazer no DMLU, uma licitação coerente,
correta, para melhorar o atendimento à população de Porto Alegre, muito
necessário. Não fizeram em 16 anos, e quem sabe não está se fazendo ainda, é
verdade, porque não encararam com seriedade esta questão. E o Ministério
Público tem essa tarefa fundamental de achar esse equilíbrio para favorecer o
contribuinte de Porto Alegre. Eu confio muito no Ministério Público. Se o
Governo atual entregar essa tarefa ao Ministério Público como está querendo, eu
não tenho dúvidas de que nós vamos chegar a uma questão séria de credibilidade,
com toda a orientação necessária.
Quanto a esta Casa aqui, eu não pude me
manifestar na quinta-feira porque o meu colega Elói Guimarães já tinha usado
este espaço de Liderança do Partido Trabalhista Brasileiro. Quero dizer que não
assino mais nenhum pedido de Requerimento, porque estão nesta Casa há muito
tempo mais de 36 Requerimentos que não são votados no Plenário. Isso tem que
ser votado de vez em quando. Como hoje, aparecem dois aqui, vamos votar dois,
têm mais de 30. Eu contei na quinta-feira 36 Requerimentos que há meses estão
aqui para serem votados, neste Plenário. Àqueles que não têm mais necessidade
dos Requerimentos, eu peço que os retirem; e aqueles que serão votados, eu peço
à Mesa que coloque, novamente, ou que coloque pela primeira vez a este
Plenário, para que nós possamos limpar essa Pauta dos Requerimentos, algo
vergonhoso para esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Cassiá.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero ainda falar sobre esta
temática que foi muito presente na tarde de hoje, que é a questão da política
de limpeza urbana no nosso Município. Nós fazemos isso com muita tranqüilidade,
com muita confiança, porque basta olhar as ruas de Porto Alegre para vermos
exatamente a eficiência e a eficácia da política de limpeza urbana que temos
desenvolvido no nosso Município.
Nós, também, aqui, participamos muito de toda
uma construção, onde todas as pessoas envolvidas, que sobrevivem, que vivem do
processo - os catadores, os carrinheiros - são partícipes desse processo,
porque isso significa uma gestão democrática. E para nós a democracia é um
valor fundamental.
Mas, eu queria me referir concretamente a essa
decisão política, rápida, eficiente tomada pelo Prefeito José Fogaça que
suspendeu uma licitação pública, pelo fato de haver sobre ela questionamentos e
dúvidas. O Prefeito de Porto Alegre tomou a iniciativa de cancelar essa
licitação. E eu queria recolocar a verdade. Não houve nenhuma denúncia
envolvendo os gestores do DMLU. É verdade que em vários Municípios brasileiros
há inúmeras denúncias e coisas bem mais graves - eu acho que o Ver. Melo fez
aqui um histórico bastante competente dessa situação. O que se trata, aqui em
Porto Alegre - não nos misturem com isso, não é isso -, é que houve um processo
licitatório que foi questionado externamente. E como para nós a transparência,
a lisura do processo, a questão pública tem um valor incomensurável, de uma
forma rápida, o Prefeito José Fogaça pediu o cancelamento da licitação.
Eu queria comunicar que houve também uma decisão
rápida e importante, que ainda não foi tratada aqui pelos Vereadores, que a
Prefeitura resolveu, já comunicou publicamente, que é a descentralização da
licitação. Por quê? Porque hoje, no modelo atual, que já
herdamos, o próprio Diretor-Presidente do DMLU, ao mesmo tempo em que é Diretor
do DMLU, também coordena o processo licitatório, e como essa licitação era uma
licitação única e que resultaria numa participação bastante grande de empresas,
e como ela era feita através de uma única chamada, sobre ela então se gerou uma
enorme disputa. Eu acho que, portanto, é melhor criarmos um novo método, que é
o método da descentralização. O Prefeito, inclusive, já comunicou que a nova
licitação, já em curso, ficará sob responsabilidade da Celic, da Central de
Licitações, dentro inclusive deste critério de transversalidade. Participarão
deste grupo de trabalho responsável, na Celic, a Procuradoria-Geral do
Município, a Secretaria da Fazenda, o DMLU, a Secretaria do Meio Ambiente. Mas
quero dizer às Senhoras Vereadoras e aos Senhores Vereadores que a licitação é
inegociável, porque os cidadãos de Porto Alegre merecem uma gestão pública que
faça licitações dentro dos prazos legais, dentro das exigências da lei. Estou
dizendo isso porque no Governo anterior o ex-Diretor do DMLU, ex-Vereador,
inclusive foi condenado e processado, porque perdeu os prazos da licitação e
fez os contratos fora do processo licitatório, o que realmente não é aceitável,
e gerou esse processo na Justiça.
Então eu acho que
basta olhar para o histórico da limpeza urbana de Porto Alegre e vamos nos
deparar com uma série de irregularidades que ciclicamente acontecem. O nosso
processo é um processo que se reabre dentro deste debate que dá transparência.
Quero também dizer
para as senhoras e senhores, já concluindo a nossa intervenção, três coisas.
Primeiro: para o nosso Governo, a presença do Parlamento é fundamental, a
transparência é fundamental, e nós louvamos todas as iniciativas de todas as
Vereadoras e de todos os Vereadores que acompanham os atos do Executivo. O que
achamos que realmente não faz parte de uma boa política é quando um Vereador,
por brigas pessoais ou interesses eleitorais, tenta se promover em cima de
ações,
que não são ações que dignificam os nossos mandatos, os mandatos deste
Parlamento e a história deste Parlamento. Mas a maioria desta Casa não tem esse
comportamento. A maioria desta Casa tem responsabilidade pública, e, portanto,
todas as Vereadoras e Vereadores seguramente acompanharão de perto os passos do
Executivo, o que para nós é um prazer, o que para nós é uma realidade que nos
engrandece e está dentro do conceito de respeito entre os Poderes e de
reconhecimento do papel que todos nós temos: o de fiscalização.
Isso,
sim, é fazer política séria. Isso, sim, é fazer política com responsabilidade;
não é colocar seus interesses e brigas pessoais de retorno as suas questões
eleitoreiras, procurando colocar, através de seus interesses menores, os
interesses maiores das políticas públicas de uma Cidade com a trajetória que eu
acredito dar orgulho ao nosso País, que é Porto Alegre.
Por
último, eu queria dizer às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores
que, também, dentro dessa celeridade dos processos públicos, além da
descentralização da nova licitação, o Prefeito José Fogaça já indicou um novo
Diretor para o DMLU. Portanto, a partir de amanhã, o novo Diretor do DMLU, será
o Cel. Mário Montes, Secretário na Administração do ex-Prefeito Bernardo de
Souza. Um porto-alegrense que havia ido com o Prefeito Bernardo de Souza para
fazer o trabalho da Secretaria de Governo em Pelotas, e que retorna para Porto
Alegre e se dedicará unicamente à operacionalização do sistema de Limpeza
Urbana da nossa Cidade. Com essa estrutura, a questão da concorrência pública
será feita pela Celic; os novos dirigentes do DMLU darão prosseguimento a uma
gestão compartilhada com os segmentos da Cidade.
Portanto,
nós damos as boas-vindas ao novo Presidente Mário Montes, pessoa que trabalhou
no Governo do Simon, no Governo Britto, no Governo Bernardo, tem uma larga
experiência de gestão pública e, seguramente, dará continuidade a uma gestão
competente do DMLU em Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª Clênia. Quero cumprimentar o
Secretário da SMIC, o Sr. Idenir Cecchim, que nos dá o prazer da sua presença.
Querendo, V. Sª pode adentrar o plenário para conviver junto aos Vereadores ou
sentar-se à Mesa. Será um prazer.
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras; Srs. Vereadores, ao ouvir, hoje, pela manhã, as rádios de Porto
Alegre, verifiquei, nas declarações do Sr. Garipô Selistre, que acaba de deixar
a Direção do DMLU, que fatos gravíssimos estão acontecendo a respeito do lixo e
suas conexões em Porto Alegre, e não consegui entender ainda, porque as
circunstâncias estão obscuras. Por isso, neste momento, terminamos a reunião da
Bancada do PDT, em que tomamos a seguinte decisão: nós queremos, sim, a
averiguação dos fatos, porque a opinião pública está clamando pela elucidação,
com transparência, de todos os fatos, tantos os já publicizados, quanto os que
estão nos bastidores.
Não renegamos,
evidentemente, por óbvio, que somos partícipes da base governista. Por isso,
embora sendo a maior Bancada do Governo e a segunda maior Bancada desta Casa,
não tomaríamos nenhuma decisão, até porque não somos irresponsáveis, nem
política, nem solidariamente, pelas questões do Governo; mas queremos - e assim
já transmiti à Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão - possivelmente, amanhã,
às 14 horas, uma reunião da base governista para vermos que rumos tomar.
Outra decisão foi a de
não assinar o pedido de CPI patrocinado pelo PT e, principalmente, pelo Ver.
Carlos Todeschini, porque não vislumbramos, no PT e muito menos no Sr.
Todeschini, autoridade moral e ilibada para requerer CPI, quando, em
São Paulo, por causa do lixo, mataram Prefeitos, mataram centenas de pessoas,
e, aqui em Porto Alegre, o Tribunal
de Contas julgou, sim, pelo Pleno, o Sr. Campani, mesmo tendo ele chorado,
condenando-o a devolver dinheiro que foi surrupiado ilegalmente do DMLU! Então,
onde está a moral de um Partido desses para querer, exatamente no lixo, faturar
politicamente?
Nós queremos uma averiguação ou até uma CPI, mas
não com esse viés demagógico do Partido dos Trabalhadores! Isso seria uma
aventura: querer encobrir-se o que os holofotes já patrocinaram. Por evidência,
nós queremos a participação da base governista nessa proposta do PDT.
Então, amanhã, colocaremos com clareza, pois o
PDT, por fazer parte do Governo, não será caudatário de possíveis situações
irregulares do DMLU que estão sendo denunciadas.
Eu, inclusive, fiquei surpreso, pois hoje o Sr.
Garipô Selistre fez invectivas nominais a membros do seu próprio Governo, do
nosso Governo, nominando, inclusive, pessoas qualificadas e de grande estirpe
política do Governo. Então, eu fiquei muito surpreso e até perplexo. “Algo há
de podre no reino da Dinamarca.” Vamos ver onde está, ainda mais se tratando de
lixo.
Então, fizemos aquilo que achamos ser de
responsabilidade política da maior Bancada da situação e da segunda maior
Bancada desta Casa. Queremos a CPI, interna
corporis, do Governo que fizemos parte, mas não vamos “lavar as nossas
mãos” como se nada estivesse ocorrendo, e também não vamos dar sustentação ao
Ver. Todeschini, que quer faturar politicamente, o que é um direito seu.
Hoje, o Ver. Todeschini não foi tão contundente
na rádio - eu o escutei -, como o foi o Sr. Garipô Selistre com os seus
companheiros de Governo.
Então, algo está mal aí, inclusive no próprio
Governo. Nós não vamos “lavar as mãos” - nós, que eu digo, é o PDT - mas dentro
dos cânones e do processo transparente, onde é o nosso campo atual: dentro do
Governo. Portanto amanhã, imediatamente, segundo a nobre Líder falou, nos
reuniremos possivelmente às 14 horas, e concluo, Ver. Braz, no sentido de
tomarmos as medidas que a Cidade está reclamando; a população quer
esclarecimentos. Falam em milhões, dizendo alguma coisa que o Sr. Garipô disse:
“Se não houver licitação, se forem contratos emergenciais, a ‘máfia do lixo’,
novamente, será vencedora”. E o Ver. Braz, que é um estudioso da matéria há
muito tempo, conhece essa situação. Há gravíssimas assertivas, gravíssimas
acusações. Nós temos que ver o que está sendo colocado na vitrine, nos jornais,
e o que está sendo sonegado da população, que tem o direito de saber até onde
vai essa falcatrua toda.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu solicito ao Ver. Nereu que
retire as palavras quando ele disse que o Ver. Todeschini e o Partido dos
Trabalhadores não têm condição moral para fazer isso, porque, nesse caso, eu
entendo que ele se refere aos Vereadores desta Casa, porque nós, do Partido dos
Trabalhadores desta Casa, é que estamos assinando o pedido de CPI; nós
consideramos esse julgamento do Ver. Nereu, um julgamento sem processo e sem
acusação.
Ver. Nereu, acho que o senhor deveria retirar o
que disse.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Certo. V. Exª pede para retirar. Ver. Nereu,
ouço Vossa Excelência.
O SR. NEREU D'AVILA: Eu sou muito
comedido com as palavras e expedi as minhas assertivas na tribuna. Como neste
momento a Vereadora se referiu apenas a uma parte, eu digo a V. Exª que lerei o
meu discurso - peço a colaboração da Taquigrafia - e, no conjunto do discurso,
se for necessário, eu retirarei. Neste momento, eu não estou propenso a
fazê-lo.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Está certo, Ver. Nereu.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Eu faço um Requerimento, com base no art. 94
do Regimento, que é de Tempo Especial de cinco minutos para, quando atingido em
sua honorabilidade, ou em casos excepcionais de interesse da comunidade, a
critério do Presidente ou membro do Mesa que esteja presidindo os trabalhos,
concessão desse tempo. Eu considero que fui atingido na minha honorabilidade e
requeiro esse tempo a V. Exª.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Ver. Todeschini, eu peço desculpas a V. Exª, mas
esta Mesa não vai dar esse tempo, porque não julga que seja necessário. V. Exª
poderá, no tempo de Liderança do seu Partido ou de um espaço de seu Partido,
rebater aquilo que foi dito no discurso do Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. SOFIA CAVEDON
(Questão de Ordem): Vereador-Presidente,
Luiz Braz; eu peço Recurso da sua decisão, porque o Ver. Nereu não retirou as
palavras, ele foi muito explícito em relação ao Ver. Todeschini. Ele não se
referiu genericamente aos problemas do Partido dos Trabalhadores, ele foi
explícito em relação ao Ver. Todeschini e disse que o Vereador Todeschini não
tinha moral. Então, ou bem ele retira as palavras ou bem o Ver. Todeschini se
defende.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): V. Exª poderá fazer um Requerimento por escrito à
Mesa, para que esta decisão da Mesa possa ser revista pela Comissão de
Constituição e Justiça. Mas, ao mesmo tempo, eu quero dizer que eu entendi do
Ver. Nereu D’Avila que ele irá ler as notas taquigráficas e, se for necessário,
se ele achar ofensivas as palavras que ele pronunciou, ele irá retirá-las.
Então, eu acredito que, de qualquer forma, nós deveremos esperar as medidas que
vão ser tomadas pelo Ver. Nereu D’Avila, o que somente será possível depois que
as notas taquigráficas forem entregues. Agradeço a Vossa Excelência.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Na mesma
direção, eu solicito as notas taquigráficas, para que eu possa fazer o
Requerimento, porque considero que fui atingido em minha honra.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Eu agradeço a V. Exª e peço que esperem que as
notas taquigráficas sejam entregues depois de revisadas pelo autor do
pronunciamento.
Não existem mais
Vereadores inscritos, nem Bancadas inscritas para o período de Comunicação de
Líder.
Havendo quórum,
passamos à
Em votação o Requerimento, de autoria das
Lideranças da Casa, para a apreciação das seguintes matérias constantes na
Ordem do Dia: em primeiro lugar o Veto Parcial ao PLL nº 210/02; logo após o
Veto Total ao PLL nº 039/05; o PLL nº 059/06; o PLL nº 030/06; o PLE nº 002/06,
o PLL nº 044/06, o PLL nº 042/06, o PLL nº 051/06, o Requerimento que solicita
a renovação de votação do PELO nº 005/05, o PR nº 064/06, o PLL nº 192/04, o
PLL nº 157/03, o PR nº 155/05, o Requerimento nº 101/06 e o Requerimento nº
245/05. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 3320/02 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 210/02, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que obriga as clínicas e
estabelecimentos similares que realizam bronzeamento artificial ou congêneres a
colocarem avisos em suas dependências, alertando os usuários de que a exposição
aos raios ultravioleta pode provocar riscos à saúde, inclusive câncer, e a
distribuírem material informativo concernente aos possíveis danos, proíbe o
procedimento de bronzeamento artificial ou congêneres em pessoas menores de 16
(dezesseis) anos, bem como em pessoas entre 16 (dezesseis) anos e 18 (dezoito)
anos, sem a expressa autorização do responsável legal, e dá outras
providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Mario
Fraga: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 04-08-06 (sexta-feira).
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 210/02, com Veto Parcial.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 210/02, com o Veto
Parcial
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
Luiz Braz; colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. João Dib, nós vamos aceitar o
Veto Parcial, são apenas questões de detalhes. O importante é que o Prefeito
Municipal aceitou o Projeto. O Projeto está resguardado naquilo que eu penso
que seja fundamental. Inclusive eu diria às senhoras e aos senhores que esse é
um problema grave na Cidade, porque não havia legislação que desse conta dessa
situação das câmaras de bronzeamento. Ver. Neuza, não existe legislação no
País! Existem algumas determinações genéricas, algumas portarias, alguns
artigos, discussões várias; mas legislação nenhuma. Nós estamos inovando com
uma coisa muito simples, eu diria quase banal, no entanto, na minha opinião,
naquele ponto essencial em que a Prefeitura poderá, através da Vigilância
Sanitária, fazer a fiscalização, como de fato começou a realizar.
Evidentemente, Ver. Braz, eu vou cobrar a
fiscalização, vou querer que as estéticas e os locais onde se faz bronzeamento
artificial coloquem esses avisos e cumpram essa legislação, principalmente,
porque eu sei que as meninas muito jovens acessavam e acessam esse tipo de
serviço sem nenhuma cautela, sem nenhuma preocupação.
Há outro Projeto de Lei em que eu cuido da
questão da saúde pública, que se refere ao piercing e à tatuagem, um
Projeto que está tramitando nesta Casa. Eu espero que as senhoras e os senhores
também dêem a efetiva atenção, porque nós precisamos cuidar da saúde da
população. Porque se fala muito nas generalidades, quando se trata da saúde, se
fala da saúde pública em geral, das filas, mas nós temos que cuidar de questões
bem pontuais, bem específicas.
Fala-se muito pouco na saúde bucal, e eu tenho
um Projeto aqui, que o Ver. João Dib conhece bem - já debati várias vezes com o
Vereador -, e espero que vá à votação em breve, que é a questão do respirador
bucal, que é importantíssimo que Porto Alegre, a Prefeitura, a Secretaria
acompanhem essa questão. E eu peço então que aprovem, da mesma forma como
aprovamos aqui e conseguimos fiscalizar, inclusive a SMIC fez uma bela
fiscalização na semana passada sobre a água mineral. Parabéns, Secretário
Cecchim!
Também, aproveitando agora que estou vendo o
Secretário, vou dizer que a questão da fiscalização é determinante, não só para
esse caso, mas como a fiscalização feita pela Brigada Militar nesse final de
semana, na Rua Silva Só, que infelizmente não foi noticiada pela imprensa. Mas
eu quero dizer aqui, apesar dos meus apelos para uma outra Secretaria, que todo
mundo aqui já sabe qual é, que a SMIC e a Brigada Militar foram fiscalizar as
lojas de conveniência na Rua Silva Só.
Então, quando as pessoas fazem é preciso
citá-las, eu faço questão de citá-las e citaria mesmo não estando aqui o
Secretário Municipal. Espero que agora a Secretaria da Saúde, com o Dr. Pedro
Gus, faça a devida fiscalização.
Aceito, portanto, Ver. Braz, o Veto Parcial.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLL
nº 210/02. (Pausa.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Questão de Ordem):
Só
para esclarecimento: nós vamos votar com o proponente, e o voto deve ser Não.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Lembrando que
para derrubar o Veto precisa maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal,
19 votos. O voto Não segue exatamente a orientação que foi dada pelo autor do
Projeto aceitando o Veto que foi aposto pelo Sr. Prefeito Municipal. Então, o
voto dos Srs. Vereadores deve ser, de acordo com a orientação, voto Não.
Em votação nominal o PLL nº 210/02.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.)
REJEITADO o Projeto em sua parte vetada por 20 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial a ele aposto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 0878/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 039/05, de autoria do
Ver. José Ismael Heinen, que autoriza o Poder Executivo
Municipal a criar o Parque Temático Tradicionalista, denominado Cidade Gaúcha,
equipamento público de caráter turístico, cultural e de lazer, com o objetivo
de divulgar a cultura e as tradições do povo gaúcho, e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Ibsen
Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 07-08-06
(segunda-feira).
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 039/05, com Veto Total. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir o PLL n.° 039/05, com Veto Total.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, há um Veto Parcial ao
nosso Projeto, Projeto que nós entendemos de suma importância para o Município,
de uma importância enorme!
Na Exposição de Motivos de S. Exª o Prefeito de
Porto Alegre, ele coloca que o Projeto teria um alcance social devido ao
desenvolvimento da cultura gaúcha. O Projeto não fica só nisso, Sr. Presidente.
Esse Parque Temático é um desaguadouro de
diversos benefícios para o Município, não só culturalmente, mas,
principalmente, por ser a tradição gaúcha à sua pátria, dos pampas. Notadamente
o Estado do Rio Grande do Sul, a sua Capital, Porto Alegre, essa cultura
tradicionalista espalhada pelo mundo todo, reconhecida em extensão como sendo a
maior cultura existente no mundo, não tem esse Parque Temático. E pelo o que eu
vejo, não há vontade política de tê-lo, porque se houvesse vontade política,
nós teríamos, sim, o Parque Temático de Porto Alegre, haja vista que foi
aprovado nesta Casa, por unanimidade. E um parque temático nos trará muitos
outros benefícios. Um dos objetivos primordiais também deste Projeto era
transformar a nossa cultura tradicionalista em cultura turística do Estado do
Rio Grande do Sul e da nossa cidade de Porto Alegre. Fazer com que tivéssemos
dentro de Porto Alegre um recanto pontual de turismo, em que nós poderíamos
mostrar ao cidadão que aqui aportasse o que representam as tradições do nosso
povo para a nossa Capital e para o nosso Estado.
Quem chega a Porto Alegre, hoje, Sr. Presidente,
e quer conhecer a Cidade, nós ficamos pensando onde levar este forasteiro,
porque nós não temos um sentido lógico, insofismável, rápido, no subconsciente;
então, nós vamos mostrar a Cidade, vamos a tal lugar. Esse Parque Temático
traria também um desenvolvimento, além de turístico, um desenvolvimento
econômico, aumentaria a receita do Município de Porto Alegre, beneficiaria
empregos aos cidadãos de Porto Alegre. E o que é mais triste, esse Parque
Temático está existindo nos outros Estados da Federação do Brasil, e no Rio Grande
estou sabendo que em Bagé estão implementando esse Parque. E na Capital da
cultura gaúcha nós não temos tido a vontade política de fazer esse Parque
Temático. O cartão de visita, o cartão para difundirmos a nossa Cidade, os
nossos pagos, os nossos costumes, para mostrarmos, não somente ao Brasil, mas
ao mundo, que a Capital desta fantástica cultura tradicionalista é Porto
Alegre, e não Bagé, Viamão, Uruguaiana, porque a Capital é o espelho do seu
Estado.
Era previsto, inicialmente, mais de 100 empregos
diretos. E o investimento, meus senhores - nós que conhecemos, que sabemos da
lida do nosso gaúcho, que acontece no Parque Farroupilha, na Semana Farroupilha
-, seriam construções simples, mas representativas da nossa cultura. Nós
iríamos enraizar a cultura no seu nascedouro, no local onde deveria estar.
Tudo bem se a vontade política é não tê-lo, Sr.
Presidente, mas tenho a certeza de que o povo de Porto Alegre se manifestou,
nesta Casa, apoiando para que Porto Alegre tenha, sim, o seu Parque Temático.
Em cima desse raciocínio, eu sigo tranqüilo,
porque o povo se manifestou, através dos seus representantes. E tenho certeza
de que a nossa Administração Pública haverá de pensar em, de repente, tomar uma
decisão, ao meu ver, correta e partir para a implementação desse Parque
Temático que vai dar emprego, vai dar cultura ao nosso povo e à nossa Cidade.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
PLL nº 039/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto
por 04 votos SIM, 07 NÃO e 08 ABSTENÇÕES. Aceito o
Veto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1510/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 059/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Padre Roberto Paz.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Carlos Comassetto: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA – art. 82,
§ 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 03-08-06;
- adiada a discussão por uma Sessão, em
03-08-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 059/06.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente,
havendo a necessidade de quórum qualificado, e como nós não o temos, eu peço o
adiamento da discussão do PLL nº 059/06
por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento do Ver. Carlos Todeschini que solicita o adiamento por uma Sessão
do PLL nº 059/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 0841/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 030/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Cibilis da
Rocha Viana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA – art. 82,
§ 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 030/06.
A SRA. NEUZA CANABARRO (Requerimento): Eu peço para
ser adiada a discussão do PLL nº 030/06 por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento da Verª Neuza Canabarro que solicita adiamento por uma Sessão do
PLL nº 030/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 0859/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 002/06, que autoriza a desafetação e a alienação
da passagem de pedestres n. 06 do Loteamento Três Figueiras, localizado entre
as Ruas Cel. Armando Assis e Prof. Fernando Carneiro, aos lindeiros.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído
na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLE nº 002/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLE
nº 002/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM
e 02 ABSTENÇÕES.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1101/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 044/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Rua Sargento Mário Lopes o logradouro não-cadastrado conhecido como
Rua Baias, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art.
82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 044/06. (Pausa.)
O SR. ALDACIR
OLIBONI (Requerimento): Solicito o adiamento da discussão do PLL nº
044/06 por uma Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento do Ver. Aldacir
Oliboni que solicita o adiamento por uma Sessão do PLL n° 044/06. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1030/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 042/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Rua Campesina e Rua Biguá os logradouros não-cadastrados conhecidos
respectivamente como Beco 51 – Estrada Ponta Grossa e Beco 50 – Estrada da
Ponta Grossa, localizados no Bairro Belém Novo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 042/06. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação o PLL n° 042/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1298/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 051/06, de autoria dos Vereadores Ervino Besson e
Bernardino Vendruscolo, que institui o Dia do Pescador no Município de Porto
Alegre e destina, anualmente, Sessão Solene para comemoração da data.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 051/06. (Pausa.) Apregoamos a Emenda nº 01 ao PLL nº 051/06.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o PLL nº
051/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em votação a Emenda nº
01 ao PLL nº 051/06 que institui o Dia do Pescador em Porto Alegre e destina,
anualmente, Sessão Solene para a comemoração da data. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando a renovação de
votação do PELO nº 005/05. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1659/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 064/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que dispõe sobre a
concessão do Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg, no ano de 2006.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PR nº
064/06. (Pausa.)
Não há quem queria discutir. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 4320/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 192/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Incentivos ao Desenvolvimento da
Área Central de Porto Alegre e dá outras providências. (desarquivado pela Ver.ª
Mônica Leal)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relatora
Ver.ª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 113 da LOM;
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL n° 192/04. (Pausa.) O Ver.
Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL n° 192/04.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente
Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, falo aqui em especial
aos meus colegas da CCJ. Toda a discussão que temos feito na CCJ quando há um
Projeto de autoria de qualquer Vereador instituindo um Programa no Município,
nós temos dito que esses Projetos são inconstitucionais, que isso é de autoria
do Executivo Municipal. Portanto, acredito que essa regra tem que valer para
todos. Se for de autoria do Executivo Municipal, e o atual Secretário Municipal
do Meio Ambiente está no Executivo, nós não precisamos aqui aprovar um Projeto
de sua autoria. Ele que desenvolva o Projeto via Executivo, pois nós não vamos
quebrar as regras que temos instalado aqui nesta Casa, pois todo o programa de
autoria do Executivo Municipal deve ser coordenado e comandado pelo Executivo
Municipal. Portanto, como é que nós vamos agora aprovar um Projeto de um
Vereador que não está em exercício e que justamente instituiu o programa? Verª
Neuza, eu me lembro que esta Casa rejeitou vários Projetos de sua autoria que
apresentavam instituir programas nas escolas, enfim, outros programas. Aqui
todos os Vereadores tiveram projetos seus rejeitados quando apresentavam essa
forma e este formato. E a alegação, Ver. Nereu, que é um dos Vereadores que
sustenta lá na CCJ é que programa é de origem do Executivo Municipal, porque
determina custos, determina que haja necessidade de ter infra-estrutura, etc. E
aqui há um programa para a área central. Isso não precisa de projeto, muito
menos do autor, que é o Vereador Beto Moesch, que hoje está no Executivo.
Portanto, ele tem autoridade suficiente via Executivo para desenvolver esses
programas sem necessitarmos de lei, e uma lei que estaria, Ver. Sr. Presidente,
indo contra; não é ao encontro, mas indo contra os princípios que temos
defendido nesta Casa, independentemente do Projeto e do Partido do Vereador
autor, que tem alguns Projetos e institui programas A, B ou C.
Há poucos minutos, esta Casa aceitou o Veto do
Sr. Prefeito Municipal ao Projeto do Ver. José Ismael Heinen, que, justamente,
criava um outro programa, que era o Parque Temático. O Projeto propôs fazer o
gerenciamento de uma área do Município de Porto Alegre, que é o Parque da
Harmonia.
Este Projeto que nós estamos votando, de autoria
do Ver. Beto Moesch, faz exatamente o mesmo, que é o gerenciamento da área
central do Município de Porto Alegre. Neste sentido, acredito que não podemos
ter dois pesos e duas medidas. Venho aqui defender o voto contrário ao Projeto
apresentado, de autoria do Ver. Beto Moesch. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18 horas.)
* * * * *